Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Público e Privado nas comunicações móveis motiva dia e meio de reflexão
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 25 de mar?o de 2015 · @@y8Xxv A conferência internacional focou temas em destaque num quotidiano onde a utilização de dispositivos móveis é quase indispensável. |
Na sessão de abertura estiveram o reitor da UBI, António Fidalgo, João Carlos Correia, diretor do LabCom.ifp, o coordenador do projeto José Ricardo Carvalheiro, e Anabela Gradim, em representação da Faculdade de Artes e Letras da UBI |
21985 visitas O cruzamento entre as ideias de público e privado e as alterações provocadas pela utilização de dispositivos móveis – como smartphones e tablets, entre outros – estiveram em análise na última semana na Universidade da Beira Interior (UBI). A conferência internacional “Público e Privado nas Comunicações Móveis”, organizada no âmbito do projeto que funcionou nos últimos dois anos no LabCom.ifp, trouxe à Covilhã especialistas nacionais e estrangeiros. Coube a Scott Campbell abrir a análise dos temas que desde o início da tarde de quinta-feira, dia 19, até ao final do dia seguinte, fizeram uma aproximação a aspectos como esferas do público, tecnologia, imagens recolhidas e difundidas pelos dispositivos móveis, medias sociais, comportamento das celebridades nos novos ambientes digitais ou privacidade. Scott Campbell, da Universidade do Michigan, tem desenvolvido trabalho no âmbito das comunicações móveis, centrando-se sobretudo no avanço tecnológico do telemóvel, que hoje oferece serviços digitais avançados. O orador assumiu que a linha de investigação orientadora do seu trabalho é assente na identificação e explicação das implicações sociais da comunicação móvel. Entre outras ideias, defende que é possível ser-se mais aberto e envolvido na comunidade e na sociedade através deste modelo assente na mobilidade. Espaço depois para o docente da UBI, João Carlos Correia, que também integrou a equipa do Projeto, abordar os conceitos de massas, meios digitais, importância social dos públicos e política. Defende ser necessário dar relevância ao comportamento de massa e propaganda em massa nos media digitais e fazendo a ponte para a política, identifica formas emergentes de sociabilidade que atuam politicamente com a discussão interna e intervenção crítica que fazem renascer o ativismo político. A primeira tarde da conferência internacional terminaria com Simon Peña e Koldo Meso da Universidade do País Basco. Momento para ouvir a defesa de que as novas ferramentas tecnológicas alteraram as diferentes esferas da vida, sobretudo as que têm que ver com a forma como acontece a comunicação. Reforça esta importância, dizendo que a audiência antes passiva tem agora, mais dotada de informação, a possibilidade de participar no processo noticioso, destacando a existência de “outros jornalismos” onde incluí o jornalismo cidadão.
EM TORNO DAS “SELFIES” Sexta-feira foi dia de ouvir Amparo Lasen (Universidade Complutense de Madrid), Gaby David, da École des Hautes Études en Science Sociales (França), e Samita Nandy, diretora do Centre for Media and Celebrity Studies (CMCS), do Canada, todos integrantes do painel “Images in mobile media”. Um conjunto de intervenções centradas na temática das “selfies”, “atividade banal, divertida, que tem sido responsável por novos hábitos e gestos”, disse Amapro Lassen; o uso do “Snapchat” e a reflexão sobre a posse privada e imediatismo das fotografias que se trocam através desse aplicativo em concreto, centrou a comunicação de Gaby David; Samita Nandy também abordou a temática “selfie”, mas na perspetiva das celebridades, nomeadamente quando através delas assumem a defesa de causas sociais. Salienta, no entanto, que a confissão de detalhes íntimos, mercantilização de emoções e auto promoção podem contrariar os efeitos de justiça social que defendem.
A PRIVACIDADE, RECORDANDO ORWELL António Bento, da UBI, partiu da obra “1984”, de George Orwell, para abordar questões da privacidade, enquanto Gil Ferreira, do Instituto Politécnico de Coimbra, focou as transformações das noções de público e privado, concluindo que é possível manter a privacidade em alguns espaços públicos, mas alertando para a hibridização dos espaços, sejam públicos, sejam privados. Coube a José Ricardo Carvalheiro e Ana Serrano Telleria, respetivamente, coordenador e bolseira do projeto Público e Privado nas Comunicações Móveis, encerrar a conferência internacional. O primeiro apela à necessidade de cautela na aproximação das ideias de privatismo e privacidade, explanando que se referem a aspectos distintos das transformações que afetam o domínio privado. Refere que a partilha de conteúdos privados nas redes sociais pode alastrar a um universo que vai além dos círculos mais próximos, perdendo-se, assim, a apropriação exclusiva e controlo sobre o conteúdo. Já Ana Telleria debruçou-se sobre a temática da comunicação online e desempenho do utilizador no ambiente móvel e virtual. |
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