Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Ao som do corpo e do tiro certeiro.
Francisco Silva e Sara Couto · quarta, 25 de mar?o de 2015 · Olhar com atenção, perceber e contemplar é o que se espera de uma ida ao teatro. O teatro envolve uma experiência intensa, meditativa, inquiridora, a fim de descobrir o significado mais profundo de cada peça. |
Estudantes galegos num diálogo cómico sobre as pequenas coisas da vida. |
21977 visitas O bom teatro voltou á Covilhã com o 19º Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior. Organizado pelo TeatrUBI e pela Asta - Associação de Teatro e outras Artes da Beira Interior, o Ciclo de Teatro Universitário da Beira-Interior está de volta à Covilhã, entre os dias 12 e 28 de março de 2015. Ao longo destes dias, vão estar presentes no Teatro Municipal da Covilhã companhias de teatro e dança portuguesas, espanholas e francesas. Todas as peças têm início às 21h30. No passado dia 18, quarta-feira, o Teatro Municipal da Covilhã recebeu duas companhias espanholas, uma de dança e outra de teatro. À entrada do recinto, todos os convidados receberam um boletim para no final do espetáculo poderem votar na sua peça preferida, sendo os critérios de avaliação de 1 a 5 e ambas as peças foram realizadas pela “Produção da Aula de Dança Da Universidade da Coruña”. Uma demonstração de dança contemporânea iniciou este serão, onde cinco artistas primaram pela excelência e dançaram ao som do corpo. Esta interpretação iniciou-se com uma dançarina, no centro do palco e de uma confusão de copos de plástico. Á medida que a música que acompanhava a peça progredia, avançava com ela a artista, rastejando no chão, afastando de si os copos, mexendo o corpo e dançando visivelmente com a alma. A ela vão-se juntando as restantes bailarinas, interpretando também o seu papel, deitadas no palco. Expressão corporal, equilíbrio, organização e desorganização tiveram o seu destaque ao longo desta interpretação. Após 40 minutos de dança, seguiu-se uma peça de teatro. Esta atuação contou com a interpretação de um homem e três mulheres. Um homem que queria por fim á vida. A peça iniciou-se com uma tentativa falhada de suicídio do personagem. Por erro dele ou culpa do destino em vez de acertar em cheio na cabeça, a bala desviou-se diretamente ao olho, cegando o homem. Sem visão, com um sentimento de culpa e de frustração, o suicida lembra a importância da luz que não entra, recorda a profundidade das estrelas e da cor do céu. A peça decorre neste ciclo, vicioso por si, e por ele que não desiste e insiste na morte. Certeiro ou não, o tiro acaba com a vida deste homem e com a peça. Gonçalo Morais, estudante no curso de Ciências da Comunicação lembra que apesar de diferentes, os dois espetáculos mantiveram um grande nível e afirma ter sido uma grande noite de teatro. Também Cátia Tavares referiu a sua preferência e salientou o gosto que tem em ver representações realistas. |
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