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Tecelagem Artesanal no museu
Ana Paula Correia · quarta, 11 de mar?o de 2015 · @@y8Xxv João Lázaro, funcionário do Museu e técnico têxtil, explica: “tocou-me a mim esta missão de lhes ensinar a tecer, estou por dentro do assunto e quero muito que aprendam esta arte. Há muito para saber e muito para criar”. |
João Lázaro |
21980 visitas No dia 4 de Março, convidado pela Direção do Museu dos Lanifícios, João Lázaro iniciou o Workshop de Tecelagem no Museu da Real Fábrica Veiga, acompanhado por oito participantes inscritos, numa sessão de quatro horas. O técnico têxtil explica que “o importante é passar a mensagem através da aplicação das técnicas necessárias, e pelo manuseamento dos instrumentos e máquinas disponíveis dentro do tempo previsto”. A participante, Mina Ferreira, refere que ‘’esta é a primeira vez que experiencio algo dentro do género. Gosto muito de costurar, isso motivou a minha inscrição no workshop, para perceber como decorre o funcionamento do tear, resultando no tecido como o conhecemos.” Durante a tarde, depois de uma apresentação informal, partiram para a análise da estrutura dos tecidos, ou seja, o tipo de fio pelo qual é composto cada artigo. Segundo o funcionário do Museu, “o objetivo principal das sessões é instruir os participantes na técnica de urdir uma teia, montá-la num tear, e depois tecê-la”. Mais que isso, aprendem também o debuxo - desenho do tecido. Faz-se um esquema num papel quadriculado, e ensina-se a passar a representação para o tear; e a preparação da trama - cruzamento dos fios da longitudinal com os transversais sobre a teia, entrelaçando-se. Foi com satisfação que João Lázaro terminou a primeira sessão de tecelagem artesanal: “Esta sessão correu maravilhosamente. Foi uma tarde extraordinária em que todos se mostraram participativos e atenciosos”. Com o encerramento da fábrica em que trabalhou durante a sua vida, João Lázaro, instalou-se no museu onde agora trabalha. Explica que “após a revolução dos cravos, as empresas não tinham capital que segurasse as condições salariais, nem maquinaria que acompanhasse os níveis de desenvolvimento, isso levou o setor têxtil ao declínio”. No entanto, termina com um sorriso esperançoso: ‘’Costumo dizer que o Marquês de Pombal não instaurou aqui a Real Fábrica de Panos por acaso. Ele sabia que aqui havia mão-de-obra, água e madeira para aquecer a caldeira.
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