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A arte divinatória do tarot
Vânia Marques · quarta, 4 de mar?o de 2015 · “Tarot, Esoterismo e Fundamentos Históricos” é o nome da palestra que se realizou na Biblioteca Municipal da Covilhã, dia 26 de Fevereiro, com a taróloga Ana Vitória. O evento insere-se no âmbito da exposição “O’Cultos”, elaborada pelo Museu de Arte Sacra da Covilhã. |
Cartas de tarot |
21975 visitas O tarot é ainda uma arte enigmática para muitas pessoas. Especula-se sobre a sua origem, para que serve e como se pratica. Foi no âmbito destas questões que a covilhanense Ana Vitória aceitou o convite do Museu Arte Sacra para dar uma palestra e esclarecer alguns pontos essenciais sobre o tarot. A taróloga definiu o tarot como uma arte oracular que possui uma linguagem simbólica e arquetípica, da qual é suposto o consulente obter respostas. Esta arte é transmitida por um conjunto de 78 cartas. Cada baralho está dividido em 22 Arcanos maiores e 56 Arcanos menores, sendo que a palavra "Arcano" significa "segredo" ou "mistério". Abordando alguns fundamentos históricos do tarot, Ana Vitória explicou que há teorias que defendem o aparecimento dos primeiros baralhos de tarot no século XIV. A taróloga pronunciou-se sobre os cátaros, um grupo de cristãos que foram considerados heréticos e exterminados por afrontarem as ideias da igreja. “Os cátaros deixaram como herança as cartas de tarot”. Depois de algumas explicações históricas, a palestrante esclareceu como funciona o tarot. É preciso ter em conta o conceito de arquétipo, que é um conjunto de imagens psíquicas presentes num inconsciente coletivo, como por exemplo, a imagem de Deus, e o conceito de sincronicidade, que define que nada acontece por acaso, e tudo tem um propósito. De seguida foi apresentado um conjunto de cartas, tendo a taróloga explicado o significado de cada uma. Ana Vitória esclareceu que é preciso ter em conta que o tarot não prevê o futuro e não deve ser entendido como uma ordem a seguir. Todos os temas podem ser abordados, pois as cartas mostram aquilo que nem sempre está visível. Estrela Zen é o nome do centro holístico de Ana Vitória, onde se realizam várias terapias. Segundo a taróloga, o principal objetivo destas terapias é “a cura (tratamento esotérico), mas também a autodescoberta, através de terapias complementares”, que estão além da medicina convencional. Relativamente ao gosto pelo tarot, Ana Vitória explica que desde pequena gostava de “mexer em cartas”, e mais tarde procurou aprender mais sobre o tarot. Na opinião dela, “a sociedade vê o tarot como uma vertente do charlatanismo”, uma forma de ganhar dinheiro, e “existe uma certa falta de ética nalgumas práticas”, no entanto, defende que “há cada vez mais profissionais conscientes a trabalhar de forma séria”. Para Ana Vitória o mais importante é que as pessoas estejam informadas, de modo a que não sejam enganadas. Jorge Saraiva, gestor de profissão, diz possuir um certo ceticismo face a estas artes divinatórias, mas acredita que “o conhecimento se deve sobrepor às crenças que o desconhecimento alimenta”. O gestor, que se define como “iluminista e humanista”, assistiu à palestra para tentar “debelar algumas barreiras” relativas ao assunto em questão. Apesar de não ter derrubado o seu ceticismo, o balanço que faz da palestra é positivo porque encontrou “uma jovem que defende com paixão aquilo em que acredita”. Por outro lado, Maria Rocha, professora, compareceu à palestra por amizade à palestrante e porque acha que se trata de um assunto interessante. A docente afirma que o interesse parte do facto de toda a gente acreditar “em coisas esotéricas” e que já teve a oportunidade de ver lançar as cartas, e “coincidência ou não, as coisas batem certo”. Apesar de já ter algum conhecimento sobre o assunto, Maria Rocha conta que não conhecia a sequência das cartas nem a história, mas que foi “bastante elucidativo”, faltando apenas uma parte prática. A palestra “Tarot, Esoterismo e Fundamentos Históricos” insere-se num ciclo de debates sobre espiritismo, práticas mágicas tradicionais, história da feitiçaria e energias orientais, proporcionados pelo Museu Arte Sacra da Covilhã. |
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