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Jornalismo e tecnologia “condenados” a trabalhar juntos
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 25 de fevereiro de 2015 · @@y8Xxv Paulo Querido esteve na UBI para falar de jornalismo do futuro. A integração de especialistas em tecnologia na profissão de jornalista é inevitável, defende. |
A conferência decorreu no âmbito do seminário de Doutoramento/LabCom.ifp (Foto: Catarina Rodrigues) |
22004 visitas Jornalismo e tecnologia vão ter de caminhar juntos. Os consumidores de informação – muitos deles já migraram dos meios tradicionais para os suportes digitais – terão percebido a importância deste cruzamento. Mas e dentro das redacções? Paulo Querido, jornalista, blogger e articulista destas áreas, defende que os profissionais com formação tecnológica vão acabar por ser integrados nos locais onde se produz informação e deixar de ser “outsiders” nestes espaços. Esteve na Universidade da Beira Interior (UBI) na sexta-feira, dia 20, para abordar esta evolução. “A mensagem principal é que há pontes entre as duas situações”, explicou, no final, ao Urbi@Orbi. “Há um aproximar dos dois mundos. Por um lado, as pessoas de tecnologia podem ter oportunidades no campo do jornalismo e, por outro lado, a aproximação dos jornalistas de uma linguagem – não só de uma linguagem, de uma filosofia – e de um conjunto de coisas que para eles são novidade e que têm de começar a dominar e perceber”, acrescentou. Porque conhecimentos para “lidar com as linguagens de programação, ‘backend’ ou ‘frontend’, para melhorar os processos e os serviços que o jornalismo presta são competências claramente do jornalista”, descreve Paulo Querido, que se apresentou durante o seminário de Doutoramento/LabCom.ifp, como “jornalista-programador”. A junção – que irá inevitavelmente acontecer – não é diferente do que aconteceu com o abrir de portas a outras funções na produção informativa. A título de exemplo são apontados os fotojornalistas, radialistas ou até os infográficos, que inicialmente eram vistos como outsiders à profissão e que hoje estão plenamente integrados nas redacções. “Da mesma maneira que temos numa redacção grande os editores de texto, de fotografia, já temos hoje nos jornais online os editores multimédia. E teremos o editor de aplicações de ‘java script’, o editor tecnológico. Não das notícias de tecnologia, mas das componentes tecnológicas de um site de informação”, salienta. O especialista não prevê um período longo para que esta realidade faça parte do ecossistema mediático – “talvez dentro de dois, três anos” –, apontando indícios claros desta tendência no diário online Observador.
MODELO DE NEGÓCIO TAMBÉM PRESENTE Durante a conferência, intitulada “A importância das linguagens de programação para pensarmos o jornalismo como um serviço”, Paulo Querido falou destes temas, de modelo de negócio, entre outros, e da NewsDeck, que actualmente dirige, uma “web app de news intelligence”. Aspetos com a curadoria online foram também abordados, uma forma dos consumidores de informação se adaptarem à abundância da atualidade. Além da experiência com a “Hoje”, newsletter diária com notícias sumarizadas em português, deu o exemplo da “Inside”, uma aplicação de curadoria cujo valor reside na função de síntese e foi desenhada para ecrãs pequenos. Ou não fosse a mobilidade uma realidade omnipresente nos hábitos diários do consumo de informação. |
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