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Procurou-se cavaleiro na Covilhã
Fábio Júnio Cunha · quarta, 25 de fevereiro de 2015 · Num universo imaginário do teatro itinerante onde se encontram os heróis de carne e osso, foi nas suas aventuras e dissabores que se descobriu uma curiosa metáfora entre o teatro e a realidade, tudo durante o espectáculo dedicado a crianças que este sábado estreou no Teatro das Beiras. |
Grandiosa comédia - "Cavaleiro, Procura-se!", de Sónia Botelho e Marco Ferreira |
22007 visitas A peça teatral “Cavaleiro Procura-se!” foi a mais recente criação coletiva da equipa artística do Teatro das Beiras especialmente concebida para o público infantil. Encenado e interpretado por Sónia Botelho e Marco Ferreira, esta grandiosa comédia é em primeiro lugar uma homenagem aos saltimbancos, trota-mundos e ao teatro ambulante. É neste universo de ficção, que tanta vez se mistura com a vida, que um casal de atores dos tempos modernos, profissionais talentosos, recorreram à arte teatral para contar, de terra em terra, as ancestrais histórias de capa e espada. Entre muitas malas, trapos, bonecos, cores, personagens, objetos e muitas artes de magia, os presentes foram convidados a descobrir o tão valente em valentia “Cavaleiro da Mão de Fogo” e as inúmeras estratégias elaboradas para o salvamento da “Princesa Tranças de Ouro” das garras malvadas de um bruxo e do seu ajudante. Tudo pareceu normal no início, mas quando o público começou a entrar na sala e prestes a começar o espetáculo, os atores deparam-se com um grande problema! O certo é que nunca lhes tinha acontecido tamanha desgraça. Nada que alguma vez pudessem imaginar. A personagem principal da história simplesmente tinha desaparecido, fugiu, foi-se embora. No meio desta incógnita, o teatro pausa a realidade, atores e público partilham o mesmo risco, a mesma angústia, mas o teatro tinha de acontecer. É assim que, atores e público iniciaram então uma procura desesperada pela plateia, bastidores, malas, sacos, mochilas, em busca do Cavaleiro desaparecido, ou de quem o pudesse salvar. Sem mãos a medir valeu tudo para salvar o espetáculo. Sónia Botelho refere que o espetáculo superou expectativas. “Ao prepararmos um novo espectáculo e, neste caso, um original onde todo o trabalho artístico, cénico e construtivo foi nosso, as dúvidas e o receio são enormes. É extremamente gratificante sentirmos o resultado”, acrescentou. Com lotação esgotada, a comédia teve a duração de aproximadamente 55 minutos e apresentou um universo de ficção que muitas vezes se mistura com a vida real, num mundo tão heterogéneo. “A verdadeira prova de fogo será no dia da apresentação ao público mais jovem. Este espectáculo foi construído para "entusiasmar" todas as idades e, a reação das pessoas foi, mais uma vez, surpreendentemente positiva. Apesar de não sermos narcisistas e vaidosos, o orgulho encheu-nos o coração”, descreve Sónia Botelho. Mas nesta eterna luta entre o ser ou não ser, entre o decidir e o agir, entre a ficção e a realidade, olhamos para a arte como algo, sinónimo da vida, e reconhecemos em nós próprios capacidades que nos transcendem. É a pura magia do teatro! Ana Cristina Ramos, de 24 anos, considerou que “foi um espetáculo verdadeiramente fabuloso. Uma comédia com um ótimo fio condutor, e bem conseguida em termos visuais. Sem dúvida que foram bons momentos de divertimento que contrastaram com um belo humor natural”. Esta é já a 92ª produção do Teatro das Beiras que após a estreia da comédia, segue caminho de 23 de fevereiro a 6 de março onde serão realizadas sessões para as escolas no auditório da companhia. A verdade é que o teatro vence batalhas! |
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