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Sensualidade e romance em exposição
Vânia Marques · quarta, 4 de mar?o de 2015 · São Valentim, dia dos namorados, foi a data escolhida para a inauguração da exposição “Duelo das Rosas – Sensualidades”, no Edifício Montalto, na Covilhã. O espaço acolhe trabalhos de vinte artistas nacionais e estrangeiros, com obras de fotografia, escultura, pintura, biografia, documentário e instalação. |
Trabalho "A Árvore do Paraíso" de Diogo Fernandes |
21977 visitas São várias as obras distribuídas pelos três pisos do Edifício Montalto. Tendo como base o dia dos namorados, todos os trabalhos pretendem representar o tema da sensualidade e do romance. Telma Madaleno, chefe de divisão da Cultura, Juventude e Desporto da Câmara Municipal da Covilhã explica que a ideia de criar o evento passou, principalmente, pela divulgação das obras dos artistas da cidade. O facto de o espaço Montalto estar temporariamente desocupado, incentivou a rentabilização de um "espaço emblemático", afirma Telma Madaleno. Os artistas plásticos da cidade já há muito que reclamavam um espaço para apresentar as suas obras e a ideia de criar esta exposição permitiu concretizar essa ambição. A responsável pela divisão da Cultura assegura que o objetivo desta exposição passa por "proporcionar aos visitantes obras de arte com qualidade e promover e divulgar o trabalho dos artistas da cidade". Foi no âmbito destes objetivos que os organizadores do evento trouxeram um dos quadros mais famosos do pintor covilhanense, Eduardo Malta, cedido temporariamente pelo Museu José Malhoa. Carlos Silva, artista nacional, tenta transmitir a ideia de sexualidade e liberdade através de manequins, que ele próprio “veste”. O criador destas obras explica que a liberdade “é bonita, e é bonito viver a liberdade de forma consciente e responsável”. Através das suas representações tenta provocar a sociedade, e a própria Covilhã. O seu manequim representando o Marquês de Sade pretende desafiar a sociedade atual, “onde existe alguma limitação da liberdade”. As obras de Carlos Silva pretendem mostrar as fantasias e fetiches da sociedade portuguesa. O artista afirma que atualmente encontra uma sociedade com “mais preconceito e tabus”, e que Portugal já não é um povo de “bons modos, valores e com capacidade de progresso”. Os seus trabalhos são uma maneira de mostrar que Carlos quer viver num Portugal “livre, num Portugal de verdade”, sem mentira nem hipocrisia. São várias as pessoas que visitam a exposição, na Praça Municipal. Ana Catarina, de 23 anos, afirma que esta é “uma boa iniciativa cultural para a cidade da Covilhã”. A covilhanense defende que o facto de as obras evidenciarem o “corpo feminino como a forma mais pura de sensualidade” pode gerar novas formas de pensar e mudar as mentalidades em relação à sexualidade. Relativamente ao impacto que as peças podem causar, Ana afirma que as opiniões podem ser divergentes. O facto de a sexualidade ser um assunto vulgar hoje em dia, leva a que as obras não causem um impacto negativo nas pessoas. No entanto, a habitante da Covilhã assegura que “para pessoas de mais idade, as obras podem provocar algum desconforto devido ao preconceito que advém da educação que receberam”. O "Duelo das Rosas - Sensualidade", nome dado à exposição, teve mais de 600 visitantes na primeira semana de exibição, e vai estar patente ao público até ao dia 15 de Abril. |
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