Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Ser solidário é ser feliz
· quarta, 11 de fevereiro de 2015 · O Banco Alimentar Contra a Fome da Cova da Beira surgiu em Março de 2002 por iniciativa de Ricardo Pinheiro Alves. Apoia famílias em 11 municípios da região, através de instituições locais. |
Jorge Ramos pertence à Conferência São Vicente de Paulo (Covilhã), uma das instituições apoiadas pelo Banco Alimentar da Cova da Beira |
21982 visitas O Banco Alimentar da Cova da Beira (BACB) não consegue dar resposta às necessidades reais da região. O número de pedidos de ajuda aumentou e, ao invés, a quantidade de alimentos recolhidos tem diminuído. O organismo recebe e distribui produtos de primeira necessidade por 11 concelhos, através de 43 instituições de solidariedade social, que apoiam mais de cinco mil pessoas. Atualmente é gerido pelo presidente da direção, Paulo Pinheiro, em conjunto com uma equipa de voluntários. Tem sede junto à Câmara da Covilhã, na Casa dos Jesuítas, e o armazém localiza-se na Boidobra. “Recebemos principalmente alimentos, embora algumas vezes entreguem outro tipo de produtos”, diz o responsável. Numa primeira fase, uma equipa trata da recolha de alimentos que podem ser doados por empresas, produtores agrícolas particulares ou angariados através de campanhas. Caso haja um excedente de donativos, a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome distribui-o pelas outras delegações. Segundo o presidente da direção, outra equipa de distribuição analisa as necessidades das 43 instituições de solidariedade social que apoia e recolhe dados sobre aquilo que a organização necessita. “Um grande objetivo nosso é aumentar esta recolha fora das campanhas, pois existe muita gente a optar por este tipo de campanhas e a replicá-las”, refere Paulo Pinheiro. Os meios de transporte utilizados são “praticamente nenhuns, boa vontade de muita gente!”, salienta Paulo Pinheiro – num tom de voz irónico –, explicando que utilizam carros próprios para a entrega. O projeto é sustentado por donativos. “Fazemos os possíveis para que os custos sejam muito baixos”, salienta o dirigente. Para o conseguir existe uma organização que paga as contas da água e da eletricidade e, em conjunto com a Câmara da Covilhã, são concedidas instalações gratuitamente. Os maiores custos refletem-se ao nível do transporte e de outros materiais de escritório. A atividade do BACB conta com o contributo de pessoas como Kelly O’Hara. “Há um ano que sou voluntária”, afirma, com um sorriso de orelha a orelha. Incentivada por uma colega que já colaborava com o Banco foi ajudar a arrumar o material. “É um dever cívico”, defende. Acompanhada pela filha, mostrou-lhe que há pessoas que precisam da sua ajuda, acabando por lhe dar uma “educação em termos de voluntariado”, que considera uma atividade muito gratificante. Outro voluntário, Cédric Vieira, realizou uma campanha de recolha de alimentos, vestuário e brinquedos no Departamento de Ciências do Desporto da Universidade da Beira Interior (UBI). Optou por colaborar com o Banco Alimentar porque a entidade tem “vários protocolos com escolas carenciadas”. Afirma ser muito bom realizar este tipo de campanhas, sobretudo em época natalícia. Olívio Fazenda participou na última campanha para a qual foi convidado e confidencia: “Aceitei o convite porque foi feito através da Fraternidade Nuno Álvares, embora me tenha sido dirigido individualmente”. Esteve a recolher alimentos no Continente e afirma, com alguma tristeza, não ter havido tanta adesão como no ano anterior. Considera que foi uma experiência gratificante, mas “poderia ter sido mais se se conseguisse encher as paletes mais rapidamente”. “Mas é sempre satisfatório de uma forma ou de outra”, conclui. Uma das instituições apoiada pelo BACB é a Conferência São Vicente Paulo (CSVP), da Covilhã, que existe há 103 anos. Recebe mensalmente produtos do Banco Alimentar que entrega depois a famílias carenciadas, fazendo também um acompanhamento social às pessoas, tentando apoiá-las em outras necessidades. Jorge Ramos, colaborador do CSVP, refere que “a distribuição dos bens alimentares é feita pessoalmente por voluntários”. Uma das covilhanenses que recebe apoio da Conferência dá conta da importância desta ajuda. “Consegui o apoio através de um amigo”, começa por dizer Maria Fernanda. Quanto aos alimentos, afirma que já lhe entregaram mais. “Ainda no Natal recebi apenas metade do cabaz, mas eu compreendo porque cada vez mais existem pessoas a necessitar de apoio”, afirma, triste e preocupada. |
GeoURBI:
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