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Workshop "O Videoclip" com Vasco Mendes
nos "Dias do Cinema e da Música"
Sónia Pereira · quarta, 7 de janeiro de 2015 · @@y8Xxv 5 e 6 de Janeiro foram "Os Dias do Cinema e da Música". A iniciativa, organizada no âmbito da cadeira de "Seminário de Cinema", contou com diferentes exibições cinematográficas e vários workshops. O realizador Vasco Mendes foi um dos convidados da iniciativa e na Covilhã deu um workshop sobre "O Videoclip”. |
Vasco Mendes no workshop "O Videoclip" (Foto: Dias do Cinema e da Música) |
22004 visitas A arte de criar emoções e despertar sentimentos nas pessoas estiveram em destaque no evento promovido, uma vez mais, pelos estudantes da cadeira de "Seminário de Cinema". "Os Dias do Cinema e da Música" foi o nome escolhido pelos alunos para a iniciativa que contou com palestras, exibições de filmes e videoclips musicais e ainda diferentes workshops. O realizador portuense Vasco Mendes foi um dos que marcou presença no encontro. Durante o workshop "O Videoclip", o jovem realizador apresentou alguns dos seus trabalhos e as bandas com quem trabalha, e respondeu ainda às dúvidas dos alunos de cinema. Um dos videoclipes exibido apresentava um conjunto de filmagens realizadas na serra da estrela e um cenário muito particular. Vasco Mendes explicou como surgiu o trabalho e os compromissos que assumiu para a sua realização. "Quando recebi esta música, logo no primeiro email comprometi-me a uma serie de coisas. Foi nessa perspetiva que surgiram os dragões, os tambores e pronto.. só depois me apercebi de onde me tinha metido, do trabalho em que me tinha metido", referiu o realizador. Contratempos e situações adversas foram também referidas por Vasco, que tentou explicar aos estudantes que nem sempre as coisas correm conforme o planeado. "Para além de muito trabalho, no dia em que gravámos na Serra da Estrela não estávamos com muita neve, mas era o único dia que o mestre de Kung Fu podia estar presente e acabamos por filmar tudo por ali. Filmámos muito o céu e com a pouco neve que tinha. Como o resultado não foi o pretendido, acabei por esperar cerca de duas semanas até que houvesse mais neve e só depois pude voltar a gravar certas cenas”, explicou. Os estudantes mostraram-se muito curiosos com o trabalho do realizador e foram sempre colocando muitas questões. Um dos aspectos que os alunos procuraram saber estava relacionado com o método de trabalho de Vasco Mendes. Os estudantes de cinema questionaram por isso o realizador em relação à liberdade que tinha para ser criativo nas suas produções ou se pelo contrário tinha sempre de seguir as ideias daqueles para quem trabalhava. "Às vezes vêm com uma ideia, eu aproveito e depois dou um toque meu. Há bandas que não dão essa liberdade e por essa razão já acabei por recusar certos trabalhos. Por não concordar com aquilo que me estava a ser pedido ou imposto”, afirmou o jovem realizador. No final do workshop houve mais uma vez espaço para um "debate" com os alunos de cinema. "Os Dias do Cinema e da Música" foi uma iniciativa organizada por um grupo de estudantes de cinema no âmbito da unidade curricular "Seminário de Cinema".
JAZZ E CINEMA NO SEGUNDO DIA O segundo dia trouxe à UBI Bernardo Moreira, contrabaixista que integrou várias formações do Hot Club. Um especialista que combinou uma carreira musical com a engenharia civil e que abordou o cruzamento entre o jazz e o cinema. “Não do cinema com a música, mas com o jazz”, alertou logo no início, antes de uma intervenção com muitas histórias dos músicos e da evolução deste género. “O cinema e o jazz são as duas artes do século XX. Que marcam o século de uma forma brutal. Qualquer destas duas artes tem uma importância fulcral. Primeiro, porque o cinema sonoro chega a Hollywood. O cinema existia, mas era surdo e mudo e passa a ser sonoro. E o jazz no século XX descobriu uma maneira de sobreviver”, explicou. Com um conhecimento extenso sobre ambos os temas, considerou "Round Midnight", filme de Bertrand Tavernier de 1986, o melhor retrato do jazz visto da sétima arte. “Filme em que o jazz é o centro do cinema e a melhor coisa que se fez no cinema sobre o jazz. O jazz era aquilo nos anos 50. Aquilo é tudo historicamente exato”, salientou Bernardo Moreira, que, em termos nacionais, deu destaque a “Belarmino”, de Fernando Lopes, filme de 1964. Foram dois dias dedicados tema, os elementos da organização consideram uma aposta ganha. A “generosidade dos convidados” e o público “sempre bastante interessado”, são aspetos destacados por Henrique Vilão, aluno de Cinema do terceiro ano, que pôs de pé o evento juntamente com Joana Soares. A aluna chama a atenção para a “diversidade de eventos, que cobriam várias áreas do cinema e da música e da relação entre o cinema e a música”, acrescentando “os próprios concertos com projeção de filmes, atraindo “um público bastante geral”. O ciclo nasceu no âmbito da disciplina “Seminário de Cinema” e integra os critérios de avaliação da cadeira. Um modelo que é vantajoso, de acordo com os dois alunos. “Dá-nos oportunidades de conseguirmos experiências que nunca teríamos em contexto de aula. Trouxemos convidados que nos inspiram, concertos projetados e abriu-nos um bocadinho o espectro de gosto e de arte”, explica Henrique Vilão, enquanto Joana Soares entende que é “mais enriquecedor em termos práticos, de criação de ferramentas”. “Ao organizarmos isto aprendemos toda uma nova variedade de formas e competências de organização”, conclui.
- Notícia corrigida Às 17h15, de 7 de janeiro de 2015 |
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