Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
LAMEGO: Doze passas, doze desejos
Joana Lobão · quarta, 7 de janeiro de 2015 · Continuado Por cada passa um desejo, por cada mês do ano uma vontade constante de melhorar e de concretizar objetivos. A passagem do ano traz 365 novas oportunidades. |
21982 visitas Dez, nove, oito, sete, seis .... a contagem decrescente começa para dar entrada ao novo ano. O melhor da passagem de ano é pensar que no dia seguinte tudo recomeça, com a certeza de que as coisas menos boas ficaram para trás. É como se neste início de ano se depositassem todas as esperanças e expectativas no que aí vem. Maria Antónia tem 50 anos e diz que todos os anos tem os mesmos desejos: “peço sempre o mesmo: saúde, sucesso e amor. Acho que todos sofremos da ganância de querer sempre mais e melhor. Na minha opinião é uma ganância saudável, dá-nos vontade de continuar a lutar pelo que queremos”, conclui Maria, que por esta altura já fazia as últimas compras para a passagem de ano. Nas ruas, a azáfama é constante e todos procuram alguma coisa de que precisam e só se lembraram à última da hora. Num ano em que a palavra “crise” foi a mais ouvida na boca dos portugueses, Lamego não foi exceção. Nesta época de muito consumismo, os comerciantes locais dizem que “as pessoas têm medo de comprar porque embora as coisas pareçam um bocadinho melhores, com esta crise toda as pessoas aprenderam a poupar. Nunca se sabe quando isto vai mudar outra vez e vamos voltar a ficar sem dinheiro” afirma Helena, proprietária de uma mercearia há mais de 40 anos. A palavra crise significa mudança e na opinião dos lamecenses a falta de dinheiro trouxe ao de cima valores que pareciam esquecidos como é o caso da família. “Parece que voltamos ao antigamente, quando eu era mais novo, passávamos muitas necessidades. Vivíamos com pouco, muitas vezes sem o essencial para o dia-a-dia, mas nestas alturas do Natal e do ano novo, o importante era estar com a família. As pessoas voltam a dar valor ao conceito de família, a falta de dinheiro uniu-as” refere o Agostinho Rebelo, que do alto dos seus 81 anos afirma que sempre começou o ano ao lado da sua família. A passagem do ano é sempre sinónimo de fogo-de-artifício, animação e divertimento. Lamego vestiu-se a rigor para receber o último dia do ano e por toda a cidade e arredores, raros eram os bares, discotecas e hotéis que não tinham uma vasta oferta de programas para uma noite que pretendia ser memorável. Com preços para “todos os bolsos”, os vários espaços pretendiam fazer com que aqueles que os visitam esqueçam os momentos menos bons do ano que agora deixam para trás. “Hoje é para dançar até de manhã. A meia-noite é sempre passada com a família, isso é indispensável, mas depois de brindar e pedir os desejos é para sair à rua, é para divertir e deixar as tristezas no ano velho. Temos de acreditar que este ano vai ser diferente”, afirma Vera Miranda que já reservou o seu lugar num dos hotéis da cidade há mais de um mês. Este ano, naqueles dez segundos que antecedem a tão esperada viragem, Maria Antónia vai fechar os olhos e pedir saúde, sucesso e amor, o mesmo que milhares de portugueses pedem por todo o país. Cinco, quatro, três, dois, um… Feliz 2015 |
Artigos relacionados:
GeoURBI:
|