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Academia Júnior mostra como se faz ciência na UBI
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 17 de dezembro de 2014 · @@y8Xxv São 21 os alunos que a partir de hoje e até ao final do ano letivo vão andar pelos laboratórios da UBI a aprender ciência e, desta forma, perceber como funciona a investigação dentro de uma universidade. |
Até maio, os 21 alunos selecionados para a Academia vão aprender nos laboratórios da UBI |
22017 visitas A partir desta semana e até maio, a Universidade da Beira Interior (UBI) passa a ter 21 alunos diferentes dos habituais. São estudantes do 12.º ano de seis escolas secundárias da região que foram escolhidos para a primeira edição da Academia Júnior de Ciência (AJC), o mais recente projeto da instituição destinado a mostrar o que é que se faz numa universidade. Ao mesmo tempo, quer aproximar os pré-universitários de três áreas científicas onde os resultados a nível nacional não têm sido os melhores: matemática, química e física. A iniciativa começa hoje, mas os novos “academistas juniores” já tiveram oportunidade de conhecer três das cinco faculdades da instituição, na última semana. A ida à exposição “EXPLORÍSTICA – Aventuras na Estatística” marca o começo das atividades programadas para esta AJC. Uma mostra organizada pela Sociedade Portuguesa de Estatística que está patente no Núcleo da Real Fábrica Veiga do Museu de Lanifícios. Um arranque centrado na matemática que repete o início da visita da última semana, na quarta-feira, dia 17. Foi pelo Departamento de Matemática, da Faculdade de Ciências, que começou o périplo dos estudantes provenientes de Belmonte, Covilhã, Fundão e Gouveia pelo interior da UBI e que os levou depois às faculdades de Engenharia e Artes e Letras.
AJUDAR OS ALUNOS A ENCONTRAR UM CAMINHO Antes, os alunos, acompanhados por professores e, em alguns casos, por responsáveis autárquicos dos seus concelhos, ficaram a conhecer o que os espera e o que se espera da AJC. Com esta atividade, a Universidade abre as portas a alunos do 12.º ano para lhes mostrar o que se faz numa instituição de Ensino Superior e, com isso, também os ajudar a encontrar um caminho, como explicou João Canavilhas, na sessão de apresentação da AJC. “O nosso interesse é melhorar a perceção que vocês têm da universidade, a perceção que vocês têm da vida e ajudar-vos a encontrar o vosso lugar na sociedade. É isto que nos interessa, não é tanto estar a duplicar aquilo que tem sido ensinado – e bem – no Secundário”, disse o vice-reitor para o Ensino, Internacionalização e Saídas Profissionais, acrescentando que outra das metas consiste na transmissão da ideia de que é importante tirar um curso superior, que tem sido uma tónica no discurso dos responsáveis da UBI. De resto, o estabelecimento de ensino vai também divulgar os vários apoios disponíveis para ajudar os universitários a formar-se. O grupo é constituído por jovens da área de ciências que foram selecionados pelas escolas entre os melhores alunos dos estabelecimentos de ensino que frequentam. Não são, por isso, alunos com pouca apetência para as ciências exatas, mas o incentivo para o estudo destas áreas está presente na iniciativa, como sublinhou a presidente da Faculdade de Ciências, Luísa Amaral: “A Academia incide em áreas do saber ministradas nesta Faculdade e onde normalmente existem percentagens elevadas de insucesso tanto ao nível do Secundário, como do universitário. Por isso, é grande desafio que nos coloca a todos e serão utilizadas metodologias diferenciadas como forma de atingirmos os nossos objetivos”. Mas a abrangência da AJC levará os alunos a outras faculdades, como anunciou João Canavilhas.
APOSTA NA EXPERIMENTAÇÃO Daí o peso que têm no programa as experiências laboratoriais e os exemplos práticos, com base nos conceitos já conhecidos pelos participantes, juntamente com outros que serão abordados pelos docentes da UBI. Esta rejeição da repetição foi salientada por quem está por dentro da iniciativa como coordenador da ACJ, Manuel Saraiva. O responsável antecipou os dias de trabalho dizendo que as sessões serão “intensas e ativas, quer de natureza teórica, quer de natureza prática e experimental”. Procurarão “pelo exemplo, evidenciar o trabalho, as dúvidas, as certezas, os ânimos e os desânimos, bem como os processos que se usam para fazer matemática, física e química, ou seja, ciência”, acrescentou. Este método é elogiado pelo diretor do Agrupamento de Escolas de Gouveia que, quando recebeu o convite da UBI, juntamente com a autarquia local, aceitou sem reservas trazer três dos seus melhores alunos à AJC. Os professores do Ensino Secundário “têm de cumprir um programa” e acabam por “fugir daquilo que é a experiência”, admite Joaquim Loureiro, acrescentando que “esta ligação às universidades pode ajudar a resolver os problemas que existem em disciplinas como “física, química, biologia ou geologia”, aquelas onde existem maiores problemas em Gouveia. “Nós temos também laboratórios e docentes que envolvem os alunos em certas atividades, mas acho que falta muito esta ligação entre o Secundário e o Ensino Superior” para “fazer vários tipos de experiências, associar aquilo que é dado na teoria à prática”, entende Joaquim Loureiro. Experiências que estão reservadas para os dias que se seguem, já que o primeiro dia serviu para dar a conhecer os espaços da Universidade. Ainda que vistos praticamente de passagem – havia muito para conhecer naquela tarde – os laboratórios de química impressionaram Rafael Almeida. “Gostei bastante porque nós no Secundário não temos este tipo de materiais e equipamentos”, explicou o aluno da Escola Secundário do Fundão, que até gostava de vir estudar para a UBI. Em quê? “Aeronáutica”, responde precisamente enquanto visitava a Faculdade de Engenharia. Já Lara Marques, de Gouveia, pela primeira vez numa universidade, quer estudar Medicina, mas ainda não sabe onde. Mas admite que a UBI “é uma possibilidade”. Vai ter agora oportunidade de conhecer a instituição por dentro, até maio. Depois desta semana, e durante o período letivo, todas as quartas-feiras à tarde há Academia Júnior de Ciências. |
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