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Pedro Carvalho nos “Encontros na Biblioteca”
Francisca Genésio · quarta, 17 de dezembro de 2014 · O Auditório da Biblioteca Municipal da Covilhã recebeu, no dia 10 de dezembro, Pedro Carvalho para um encontro sobre “O templo romando de Orjais e o território da Covilhã há 2 mil anos”. |
Pedro Carvalho a responder às perguntas colocadas na parte final da conferência. |
21974 visitas Pedro Carvalho foi o orador convidado pela Biblioteca Municipal, para mais uma sessão da iniciativa “Encontros na Biblioteca”. Pelas 21h30, o investigador e professor da Universidade de Coimbra apresentou as suas investigações em Orjais, publicadas na sua tese de doutoramento, e o seu livro. O historiador começou a sua conferência referindo “se há sítio que permite contar uma história de há 2 mil anos, esse sítio, é Orjais”. Pedro Carvalho destacou o facto do templo de Orjais não se encontrar no meio da cidade, mas sim, isolado, no meio da serra, ao contrário do de Évora. Explica este facto pegando nas suas investigações: este santuário provavelmente já existia na época dos romanos. Era, portanto, pré-romano, indígena. Os romanos deverão ter decidido apropriar-se deste sítio porque já seria importante, já seria um espaço de culto. Pedro Carvalho considera que “apesar de ter ficado muita coisa por investigar por causa da falta de apoios e condições, este santuário terá tido dois edifícios: um principal, que, segundo umas inscrições encontradas no espaço envolvente, será dedicado a Júpiter, o Deus que marcava a religião Romana, e outro que, por respeito ao templo anterior, seria dedicado aos indígenas.” Para além de Orjais e Terlamonte, o professor referiu ainda o tesouro da Borralheira, nos arredores da Covilhã, que se encontra no Mosteiro dos Jerónimos, no Museu Nacional de Arqueologia. Este tesouro é constituído por moedas, brincos e anéis em ouro, algo que Pedro Carvalho explica facilmente com o facto da região da Cova da Beira, na antiguidade, ser bastante importante, na medida em que “possuía muitos recursos naturais, muita mineração; a região era bastante rica em ouro”. E, por último, a aldeia do Ferro, situada nos arredores da Covilhã, muito rica em elementos de há 2 mil anos, contudo, ainda não estudados. Pedro Carvalho afirmou “é com base no passado que podemos construir o futuro” e fez um apelo à valorização patrimonial pelo seu interesse para o turismo, um dos fatores que mais faz mover a economia. De acordo com o professor, “aprende-se muito melhor vendo as coisas ao vivo, é mais credível, ajuda a perceber como eram as coisas realmente, ao invés das fotografias nos livros que, por vezes, nem parecem reais, não têm o alcance dos nossos olhos, deixam muita coisa por ver”. Na recta final do encontro, o investigador e historiador anunciou que, em 2015, lançará um novo artigo sobre Orjais e disponibilizou-se a responder a possíveis questões do público onde, rapidamente, surgiu uma breve discussão de esclarecimento de dúvidas. Os “Encontros na Biblioteca”, organizados pela Divisão de Cultura da Câmara Municipal da Covilhã, decorrem na primeira segunda e quarta feira de cada mês, como explica Telma Madalena, membro da organização. O tema da comunicação escolhido para Janeiro de 2015 será “a argumentação/persuasão”, com um convidado especial, ainda não confirmado. |
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