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Special Oympics junta desporto e saúde
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 10 de dezembro de 2014 · @@y8Xxv Utentes de instituições que se dedicam a receber deficientes intelectuais competiram na UBI ao longo de um dia e meio, num evento que foi muito além do desporto. |
Na manhã de sábado, disputou-se a final da competição de basquetebol |
21999 visitas Cerca de 100 atletas participaram nos 2ºs Jogos de inverno do Special Oympics, organizados pela APPACDM – Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental da Covilhã, com os apoios da Universidade da Beira Interior (UBI) e da Special Olumpics Portugal. Mais importante que os aspetos competitivos, o evento ofereceu uma oportunidade a esta população de praticar deporto e participar em ações de promoção da saúde. Estiveram representadas instituições de Castelo Branco, Gouveia, Manteigas e Tondela A importância que é dada aos vencedores em outras competições desportivas acaba por ser relegada para segundo plano, quando o dia e meio que durou o evento – sexta-feira, dia 5, e sábado, nos pavilhões da UBI – tem a importância de promover a atividade física e muitos outros aspetos. “O objetivo é o desporto”, refere João Neto, “mas atrás do desporto vêm muitas outras coisas que dão ganhos enormes a populações deste tipo”. O técnico da APPACDM lembra “os hábitos de higiene”, mostrar que as pessoas conseguem “realizar as tarefas do dia a dia, de saberem vestir-se, e o convívio”, além das vantagens que se retiram da competição com parceiros do mesmo nível.
RASTREIOS VISUAIS A acompanhar a prática das modalidades de basquetebol, ténis de mesa e natação, os participantes passaram pelos gabinetes das iniciativas Opening Eyes – saúde visual – e o Health Promotion, para saúde geral. Com o apoio de elementos da UBI – estudantes e docentes – estes jogos de inverno seguiram, assim, a linha das competições internacionais, onde as avaliações da saúde são um complemento habitual. Pedro Serra, colaborador do Openig Eyes Portugal, justifica a importância destes rastreios com as situações com que muitas vezes se deparam aqueles que atendem estas pessoas com limitações. “A deficiência visual, associada à deficiência intelectual, é um problema grave desta população”, refere o também docente da UBI. “Nós sabemos que o ver mal que não está corrigido com óculos é muito comum. A nossa função aqui é importantíssima, porque associado ou dentro do protocolo do Opening Eyes, existe uma parte de rastreio, mas existe uma parte de atuação. Os colegas optometristas, neste momento, vão prescrever os óculos que depois irão ser dispensados à pessoa”, acrescenta o coordenador da iniciativa que, na Covilhã, contou pela primeira vez com a colaboração dos alunos. Uma participação que também contribui para a preparação dos futuros profissionais, que têm oportunidade de contactar com problemas que quantitativamente são menos comuns de surgir, ainda de acordo com Pedro Serra.
APOSTA NA DESCENTRALIZAÇÃO Um evento que decorre na Beira Interior começa logo por satisfazer a responsável pela Special Olympics, que refere ser um propósito da instituição a descentralização destes encontros. “Há muita concentração de atividades na zona da grande Lisboa e depois temos as outras regiões do País – o Interior, o Norte, Centro e Sul – com muito pouca atividade em termos regulares. Procuramos estimular os nossos associados e, neste caso, a APPACDM da Covilhã”, explica Regina Mirandela da Costa, vice-presidente do organismo, que salienta ainda pontos do programa com o seminário e as atividades de promoção da saúde, além da colaboração de voluntários nas ações. O incentivo da prática desportiva é uma das metas da Special Olympics, que não consegue ainda envolver muitos atletas. Os motivos encontram-se nas “dificuldades financeiras”, no facto de muitas competições “se realizarem ao fim de semana” – que levanta dificuldades às instituições e aos participantes –, entre outras entraves. |
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