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Kinowaltz: um espetáculo de dança e cinema
Vanessa Virgínia Ferreira · quarta, 3 de dezembro de 2014 · A dançarina Tereza Havlickova esteve na Covilhã para uma performance inovadora. O espetáculo de dança e cinema Kinowaltz, que esteve em cena no auditório do Teatro das Beiras, integra o projeto “1º Andar - Mostra de Criadores Emergentes 2014”. |
Performance de Tereza Havlickova no espectáculo Kinowaltz (Foto: Quarta Parede) |
21980 visitas O Teatro das Beiras recebeu, no dia 21 de Novembro, o espetáculo "Kinowaltz, uma viagem da dança pelo mundo do cinema", que propôs um novo olhar sobre filmes clássicos. A apresentação fez parte da mostra de criadores emergentes 2014, promovida, uma vez mais, pela Quarta Parede - Associação de Artes Performativas da Covilhã. Resultado de uma parceria entre Tereza Havlickova, da República Checa, e o português André Amálio, o espetáculo surge a partir do sonho que uma menina tem de entrar para uma tela de cinema. Trata-se de uma performance que toca a imaginação do público, durante uma viagem cinematográfica. Com o uso de duas telas, uma grande e estática, e uma móvel e pequena, a plateia assiste a uma abstração e desconstrução de cenas icónicas da "idade de ouro" do cinema entre os anos 30 e 70. Durante a performance, o filme surge gradualmente no corpo do bailarino, e isso muda a perspectiva e as dinâmicas da imagem. No final, o corpo em si torna-se uma tela e o dançarino aparece como um dos protagonistas da própria película. A ideia para esta peça surgiu quando os dois artistas frequentavam o mestrado na Goldsmiths, University of London (MA Performance Making). Tudo começou com um solo desenvolvido por Tereza Havlickova numa apresentação curta, em que o sonho da dançarina era retratado. "Minha primeira ideia foi baseada no meu sonho enquanto criança de entrar no écran, eu não compreendia como ele funcionava e como as pessoas estavam lá. Foi daí que surgiu o primeiro impulso para fazer esse espetáculo", ressaltou a bailarina. Para André Amálio o espetáculo representa um sonho infantil e a dança é a forma que se encontra de o tornar realidade. "Qual era a ideia dessa menina que adora uma época do cinema muito especial e gostava de ser como uma dessas atrizes, mas sendo bailarina não pode representar, então dança, dança com a tela e com essas grandes atrizes, e tenta juntar-se a essas histórias", explica. O espetáculo é também inovador na forma como coloca algumas questões ao nível técnico. Perceber como a imagem pode ser perturbada ou enriquecida com um corpo em movimento, e ainda qual a relação entre o corpo, o movimento e a projeção de filmes, foram aspectos com que criadores tiveram que lidar durante a preparação da performance. Enquanto responsável pela co-criação e vídeo do espetáculo, André Amálio esclarece que o que acabou por ser feito foi uma desconstrução dos elementos icónicos de cada filme. "Mostramos diferentes pontos de vista e como eles interagem, mostramos outras facetas, alteramos a imagem os corpos, fazemos grandes planos, zooms, desconstruímos esses filmes icónicos". No final do espetáculo, e como já é tradição nas atuações que integram o projeto "1º Andar", o público teve oportunidade de conversar com os criadores e perceber melhor as ideias que estiveram na origem da criação. |
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