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O Poder da Voz
Sara Sampaio Alves · quarta, 26 de novembro de 2014 · @@y8Xxv Com a passagem da oralidade para a escrita notou-se perda de força da memória. E foi justamente com uma breve explicação sobre a evolução da memória e da voz que Edilene Matos iniciou a sua apresentação na conferência "Corpo e Voz: Teatralidade das Poéticas Orais". |
21993 visitas A marca da "sociedade atual é ser muito imagética". Foi esta a grande conclusão de Edilene Matos, professora da Universidade Federal da Bahia, na conferência que decorreu no dia 17 de Novembro, na Faculdade das Engenharias. A voz não tem que se manifestar de forma verbal, podendo ser exprimida recorrendo a outros aspetos como a dança, os gestos, a música, a poesia, já que a base da voz é o corpo: "a oralidade também passa pelo gesto", afirmou. De forma a ilustrar esta sua afirmação deu o exemplo de duas pessoas que trocam olhares não sentido necessidade de verbalizar a mensagem pois, "o gesto produz significativamente a mensagem", refere Edilene Matos. Na tentativa de completar a sua explicação sobre a "ligação" existente entre os dois elementos centrais da conferência (o corpo e a voz), Edilene Matos refere que "o som é sentido pelo corpo e falado pelo movimento". A voz é uma "manifestação corporal, que ao ser expressada se teatraliza" completa a professora. Este aspeto é visível tanto numa apresentação popular no Brasil, o Bumba-Meu-Boi, onde se recorre à dança, à voz, à música como forma de se manifestarem, como num espetáculo de Ballet Clássico. Estes dois tipos de espetáculos podem ser percebidos sensorialmente pelas mesmas pessoas, mesmo sendo distintos, demonstrando assim a "teatralidade do ser humano", a marca que se manifesta oralmente sublinhando o facto de a poesia nascer na e da voz". Edilene Matos, completou a sua apresentação mencionando que o recetor "devia despir-se de preconceitos" para poder assistir sensorialmente a qualquer tipo de espetáculo seja ele popular ou não, uma característica que não se verifica. Esta conferência surgiu no âmbito do protocolo existente entre a Universidade Federal da Bahia e a Universidade da Beira Interior e contou com a presença de Paulo Serra, presidente da Faculdade de Artes e Letras, e de Urbano Sidoncha, diretor do curso de Ciências da Cultura. |
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