Está lançado o quinto volume de uma obra sobre cooperação, que é feita em cooperação. Trata-se da Coletânea Luso-Brasileira, que resulta da colaboração entre investigadores do Brasil e Portugal, com origem na Universidade da Beira Interior (UBI) e Universidade Estadual de Goiás, a que mais tarde se associou a Universidade do Porto. A nova edição aborda temas como gestão de informação, cooperação em redes e competitividade e foi apresentada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) na segunda-feira, dia 17. O momento foi aproveitado para um tributo especial: José Veiga Simão, que por diversas vezes é recordado como o autor da reforma que possibilitou a instalação de uma escola de Ensino Superior na Covilhã, enquanto ministro da Educação, foi homenageado como um dos académicos que colaborou com a publicação, até à data da sua morte, este ano. A ligação entre os interesses do antigo ministro da Educação, no início dos anos 1970, e a Coletânea Luso-Brasileira foi estabelecida na apresentação, por  Joaquim Ramos Silva, que lembrou a tese de Veiga Simão de que “um povo mais culto é sempre um povo mais livre” e “foi um académico aberto ao mundo, que se envolveu desde o princípio com os problemas da sociedade”. Nas palavras do docente da ISEG/UL – School of Economics and Management/Technical da Universidade de Lisboa defendeu “a importância da inovação e da tecnologia para o avanço da sociedade e o bem-estar dos povos”; “o reforço dos elos de Portugal com exterior”; e “a importância no mundo da lusofonia e dos países de língua portuguesa”. Tudo isto são linhas que guiam a Colectânea Luso-Brasileira. Nesta quinta edição apresenta 14 capítulos de três dezenas de autores de universidades e institutos de ambos os países, “testemunhando uma integração crescente dos espaços de investigação comum”, salientou Ramos Silva.   “PRECISAMOS DE INVESTIGAÇÃO APLICADA” Os textos falam de redes “em vários domínios, não só em negócios”, disse ainda o elemento do ISEG/UL, mas também na investigação, inovação tecnológica e a gestão da informação. O triângulo universidade-indústria-governo faz parte das preocupações dos autores dos artigos que compõem a obra, na medida que “precisamos de investigação aplicada”, referiu Ramos Silva: “Como dizia Veiga Simão, a investigação não deve ser totalmente separada das suas aplicações. Se visitarem uma universidade na Inglaterra, ou na Suécia, vão ver que elas têm ligações estreitas às empresas e que isso faz parte da norma. Muitos projetos e trabalhos têm carácter aplicado”. O V Volume da Coletânea Luso-Brasileira “Gestão da Informação, Cooperação em Rede e Competitividade” tem como organizadores Mário Franco, docente do Departamento de Gestão e Economia da UBI, Francisco Alberto Severo de Almeida (Universidade Estadual de Goiás, Brasil), Armando Malheiro da Silva (Universidade do Porto) e Carla Conti de Freitas (Universidade Estadual de Goiás, Brasil). Na apresentação estiveram Helena Alves, vice-presidente da FCSH, e Susana Garrido, presidente do Departamento de Gestão e Economia da mesma Faculdade. Ambas destacaram a importância do desenvolvimento de investigações e projetos comuns entre Portugal e o Brasil, como acontece na Colectânea.