Falou de métodos que têm sido testados que resultam de investigações feitas enquanto docente da UBI. Pode dar alguns exemplos de ideias que tenham tido essa transferência da investigação para a aplicação na equipa?

Aquilo que tem mais transferência é a forma como nós construímos os exercícios de treino. Sobretudo porque nós pensamos os exercícios não para formatar os jogadores para uma forma de atuar, mas para lhes dar estratégias e linhas de actuação a partir das quais eles podem improvisar, ter criatividade e ajudá-los a ser mais imprevisíveis no decorrer do jogo.

Esse é um dos principais aspectos e tem sido um dos meus focos de investigação nos últimos tempos.

Como é que nós manipulamos os exercícios de treino e como é que isso tem influência no comportamento dos jogadores em termos individuais e colectivos.

Por exemplo, alterando o número de balizas, de jogadores, de bolas, o espaço nos exercícios e que implicações tem no comportamento dos jogadores e que transferência decorre depois para o jogo.

E esse é o aspeto mais complicado: está tudo a correr muito bem no treino, mas como é que isso passa para o jogo.

A sensibilidade que a investigação nos foi dando para estes aspectos tem sido bastante positiva e ajuda-nos a olhar o jogo de outra forma.