Foi com a exibição do filme "Cinema - Alguns Cortes: Censura III" de Manuel Mozos que se deu inicio aos trabalhos no segundo dia das VII Jornadas de Cinema em Português. A partir das imagens censuradas no periodo da ditadura foi lançado um desafio aos participantes. Numa oficina de montagem, orientada por Manuel Mozos, um especialista de montagem do Cinema português, deviam fazer-se montagens com excertos de imagens proibidas. 

Após um intervalo para almoço, Graça Castanheira, cineasta portuguesa especializada em documentário, ficou encarregue de dar uma masterclass sobre documentário onde realçou a importância das imagens para a transmissão de sentimentos.

Foram exibidos três documentários realizados pela convidada, sendo que um contava com onze convidados de diferentes locais do mundo. Um documentário com uma variante diferente, sem narrativa, legendado pelos sons da natureza e as expressões dos intervenientes, fazendo valer a expressão "uma imagem vale  quemais do mil palavras".

O modo como a cineasta monta os seus trabalhos, através dos sentidos e dos sentimentos capturados pela imagem, faz com que uma passagem de Nova Iorque para a Índia tenha uma ligação coerente.

Segundo Graça Castanheira, o segredo do documentário "está na articulação da montagem" e considera por isso de extrema importância que a universidade promova iniciativas desta natureza, uma vez que se “gera um espaço de reflexão e de discussão” que, garante, é muito importante para os estudantes. 

O segundo dia das sétimas jornadas contou ainda com a participação de Isabel Macedo, Rita Bastos e Rosa Cabecinhas que abordaram o tema “As imagens de arquivo enquanto Artefactos de Memória em fantasia Lusitana e 48”. Já ao final da tarde, Ágata Marques Fino falou de "Produção, Indústria e Cinema português".