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Mostra de Artes e Sabores enche a aldeia do Açor
Luís Freire · quarta, 12 de novembro de 2014 · No alto da Serra da Maunça, concelho do Fundão, o segundo fim de semana de Novembro faz encher a pequena aldeia do Açor. Os poucos habitantes que ainda resistem ao êxodo urbano abrem as portas das suas casas para dar a conhecer artes e sabores de outros tempos. |
Os magustos comunitários são uma marca da Mostra de Artes e Sabores da Maunça |
21983 visitas A Aldeia do Açor, na freguesia do Castelejo, no Fundão, acolhe desde há onze anos o evento “Mostra de Artes e Sabores da Maunça”. A ideia surgiu dos próprios habitantes da aldeia com um primeiro objectivo de demonstrar o espírito que ali se vive. Com acessibilidades difíceis, devido à sua localização geográfica, o Açor não atrai muitos turistas. A mostra foi também por isso a forma que a Associação Cultural e Recreativa Pastores do Açor encontrou para promover o turismo e o desenvolvimento económico da aldeia, que subsiste a partir do que a terra lhe oferece. A Câmara Municipal do Fundão associou-se desde 2004 a esta iniciativa e alargou-a a outras aldeias e vilas do concelho, que com características semelhantes promovem e divulgam a gastronomia e artesanato locais. Numa zona de grande produção de castanha, a aposta da organização assentou na valorização deste produto para o tornar imagem de marca do evento. Daí que nas ruas, em pequenos grupos, se façam pequenos magustos, sempre acompanhados pela animação dos grupos de música popular e tradicional. Para os habitantes da aldeia este é um dos momentos altos do ano. Numa localidade onde o peso da emigração é considerável, encontram-se pelas ruas muitos filhos da terra que vêm propositadamente para aqui passarem e viverem estes dias de festa. Daniel e Sílvia, emigrados na Suíça há cerca de dois anos, são um exemplo de um casal que regressou para a festa e que garante que "este fim de semana é quase tão importante como o Natal, para viver o espírito da aldeia". Reviver as tradições que tiveram que abandonar por não encontrarem no Açor “os meios de subsistência necessários” é dos motivos que os faz regressar. Já João Rodrigues que ali reconstituiu uma cozinha "à moda antiga" e serve refeições típicas considera que este é um "fim de semana muito importante para a subsistência de uma aldeia envelhecida". Ex-emigrante, João afirma que "a alegria e boa disposição destes dias não se comparam a nenhum ordenado conseguido no estrangeiro". Com cerca de 2000 visitantes a pequena Aldeia do Açor mostrou a arte de bem receber e afirmou-se como uma potência na dinamização cultural do concelho do Fundão. |
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