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Camisolas de cores garridas ou calças com formas estranhas
Sandra Azevedo · quarta, 5 de novembro de 2014 · @@y8Xxv Outrora conhecida como a Manchester Portuguesa, a Covilhã é ainda uma referência nacional no campo da indústria têxtil. Para além da produção, a cidade destaca-se agora pelo ensino, com a UBI a oferecer um dos mais conhecidos cursos superiores de Design de Moda. |
foto de Expand Your Mind |
22014 visitas Numa cidade conservadora como a Covilhã, são muitos os olhares dirigidos aos alunos de Design de Moda que se expressam através do seu vestuário irreverente. Para abrir horizontes, estes estudantes lançaram o Expand Your Mind, um movimento cultural cujo o objectivo foi alertar para a necessidade de mudar as mentalidades mais conservadoras. “A mentalidade das pessoas ainda está muito fechada, não só quanto à moda mas também noutras áreas das artes e design”, conta Rodrigo Gil. Os futuros designers de moda encaram a situação como um desafio a superar. Rodrigo Gil, aluno de Design de Moda, considera que “o curso nasceu no lugar certo, pois a Covilhã foi uma grande potencial de criação de têxteis”. “A Covilhã é uma cidade que não veste bem”, explica Beatriz, referindo que descreve que falta curiosidade para procurar a diferença e para sobressair. “Muitos têm medo dos olhares, dos comentários que poderão surgir se comprarem uma camisola de cores mais garridas ou umas calças com umas formas estranhas”, acrescenta a aluna. Na década de 40, a Covilhã era responsável por 60% da produção de lanifícios portugueses e a cidade era conhecida pela forma como as elites locais se vestiam devido à qualidade e design das roupas. Atualmente, os jovens universitários que trazem a variedade de estilos a cidade. Rodrigo Gil afirma que na “Covilhã podemos encontrar um pouco de tudo, mas mesmo assim a maior parte tem medo dos olhares e do que as pessoas irão falar.” Para estes jovens a moda é uma “forma de expressão tanto para o criador como para a pessoa que usa”, explica ainda Rodrigo Gil. Os criadores têm que se manter inspirados e estar atentos às tendências para que desta forma, as suas criações possam ser sempre inovadoras. “Um designer passa toda a vida a inspirar-se em coisas muito diferentes, o que o torna bom designer são os seus traços e a sua personalidade”, explica Beatriz Costa. Os sons, as pessoas e o ambiente contribuem muito para a inspiração, conclui Beatriz. A cidade possuí materiais que podem ser utilizados em alguns trabalhos como a “o burel, um material característico e histórica da cidade”, explica Rodrigo Gil. Os futuros designers sentem-se inseguros quanto ao futuro, devido ao facto da indústria da moda ainda se encontrar limitada em Portugal. “A moda está a ser desvalorizada, são poucos os grandes eventos e mesmo esses já tiveram melhores dias”, conta Beatriz Costa. A moda em Portugal segue uma linha americanizada, são os ícones e os ídolos que conceptualizam a moda e a tendência é segui-los. Beatriz Costa conta que “se uma banda americana estiver a ser muito admirada pelos adolescentes e se forem feitas réplicas das suas roupas, é certo que vai vender”. Uma tendência que segundo os jovens desvaloriza os designers e limitam a indústria. A visão do futuro para os estudantes de moda passa pela valorização e reconhecimento da área, e a criação de novas oportunidades para poderem levar a indústria da moda a um nível superior. |
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