Diferente das feiras usuais da cidade, a Feira Troca a Tod@s nasceu de um grupo com o mesmo nome. O objetivo é “promover a economia local, através das compras em grupo, fazer a retenção de riqueza e criar laços de solidariedade e entreajuda entre as pessoas”, diz Graça Rojão, presidente da CooLabora, organizadora do evento. As compras entre grupos ajudam a promover os saberes, a cultura e as capacidades dos produtores que participam na feira, que acabam por ser também compradores.

Uma das principais regras da feira é a utilização da moeda social, o tear, e a circulação de euros é proibida. À entrada da feira encontrava-se o Banco do Tear, onde as pessoas interessadas em adquirir produtos ou serviços trocavam os seus euros por teares (um euro equivalia a um tear), sendo estes válidos até ao encerramento do evento

A feira contou com os mais variados produtos, desde frutas e legumes a artigos regionais, dos livros, às bijuterias e aos artigos de lã. Realizaram-se ainda atividades para todas as idades, como workshops de pintura, tecelagem artesanal com tear, instrumentos de sopro, música ao vivo e teatro participativo, entre outras.

Os participantes mostraram-se entusiasmados com a maior adesão nesta segunda edição. Rosa Abrantes, vendedora de produtos provenientes da sua atividade agrícola, participou na primeira edição e que nesta viu mais gente, concluindo que “a feira deve ser convidativa”.

Ana Vitória, habitante da Covilhã, possui um centro com terapias e ioga, e uma pequena loja de artigos de desenvolvimento pessoal, tarô e incensos. Sobre a feira, Ana assegura que acha uma iniciativa fantástica e que fica “muito contente por já não ser a primeira vez”, e que “é sinal que as pessoas estão a aderir”. A comerciante covilhanense admite que ainda há pouca gente a “entender o conceito e a perceber que isto pode ser uma solução para uma sociedade mais sustentável e equilibrada”.

A Feira Troca a Tod@s insere-se no projeto Género Colectivo, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, e foi uma iniciativa da CooLabora, em parceria com a Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD) e o Teatro das Beiras, contando também com a organização da Banda da Covilhã, Câmara Municipal da Covilhã, Grupo Covilhã em Transição e a Liga dos Amigos dos Penedos Altos (LAPA).