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Tarde de memória no Museu
Mariana Rodrigues · quarta, 29 de outubro de 2014 · @@y8Xxv Jorge Custódio fechou a comemoração dos 250 anos da Fundação da Real Fábrica de Panos. Os dados apresentados comprovam que a Covilhã não é das cidades com maior aproveitamento de energias renováveis, mas é uma das cidades que ainda hoje conserva grande parte do património do vapor. |
Jorge Custódio |
21975 visitas O convidado da sessão que encerrou as comemorações dos 250 anos da Real Fábrica de Panos, no dia 24 de Outubro pelas 16 horas, foi Jorge Custódio, investigador integrado do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa e Docente de Arqueologia Industrial e Museologia Industrial. Jorge Custódio revelou que em Portugal existem cerca de 25 mil unidades de motores a vapor, das quais 1253 estão na Covilhã. Estes dados deixam “em choque qualquer investigador de história” porque nunca se imaginou em Portugal tivessem existido tantos motores a vapor, refere Jorge Custódio. A primeira máquina a vapor chegou à Covilhã pela mão de Francisco Nunes Marques Paiva. Os proprietários das fábricas pretendiam aumentar a produtividade das fábricas têxteis, primeiro algodão, depois lanifícios, e por este motivo foram buscar o modelo de referência ao estrangeiro. A Covilhã preserva muitas unidades de motores a vapor, assim como fábricas que na fase do aparecimento do vapor já eram muito avançadas para a época. Sabe-se que cerca de 45,5 por cento das caldeiras que estão na Covilhã eram produzidas em Portugal, sendo as restantes estrangeiras. Os 55 casos estudados revelam que era produzido cerca de um quilómetro quadrado de superfície de aquecimento, porém, com base na comparação, pode constatar-se que apesar da proximidade com as ribeiras e com a densa vegetação, a Covilhã não é das cidades com maior aproveitamento de energias renováveis. Acredita-se que ainda falte muito por estudar, pois “a Covilhã é sem dúvida o grande território industrial”, disse António Santos Pereira, docente da UBI e director do Museu, que coordenou mais uma “Tarde de Memória no Museu” intitulada “A Civilização do Vapor e os Lanifícios da Covilhã”. |
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