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Covilhã no combate à desigualdade de géneros
Sara Ventura · quarta, 22 de outubro de 2014 · @@y8Xxv Dirigido a estudantes universitárias em fase de conclusão dos seus estudos, o Empowerment Lab, no âmbito do NÓS – Projeto de Ação Social e Artística, chegou ao fim. |
22001 visitas O auditório do Teatro das Beiras foi, na passada sexta-feira, dia 17 de outubro, palco de um encontro sobre Igualdade de Género, Artes e Empowerment. Este evento, intitulado EmpoderArte, representou a conclusão do NÓS, um projeto financiado pelo Programa Cidadania Ativa e desenvolvido pela Quarta Parede, em parceria com a Universidade da Beira Interior – através do UBIgual – Plano de Igualdade de Género da UBI. A abertura do encontro foi feita por Rui Sena, um dos integrantes da Quarta Parede, e por Catarina Sales, representante da UBIgual. Os Empowerments Labs 1 e 2 ligaram várias áreas como as ciências sociais, o teatro e o empowerment com o intuito de ”potenciar o aumentar de competências no que diz respeito à igualdade de género”, disse Rui Sena. Este é um projeto que promove a igualdade de oportunidades entre mulheres e homens no trabalho e no emprego e, visa também fomentar novas formas de minimizar o desemprego feminino na Covilhã. O vídeo apresentado, filmado e editado por Agueda Simó, permitiu aos espectadores a visualização de uma breve reflexão acerca de todo o processo dos Empowerment Labs: o Lab1, programa formativo no âmbito da educação não-formal dirigido a estudantes universitárias, e o Lab2, dirigido a mulheres em situação de desemprego. Segundo Sílvia Ferreira, coordenadora dos dois laboratórios, estes projetos permitiram às intervenientes “adquirir competências sociais, aliá-las à dramaturgia e assim juntar a parte artística à parte social”. Para além da apresentação do vídeo, o programa do encontro contou ainda com um painel de comunicações composto por especialistas nas áreas da igualdade de género, emprego, cultura, ciências sociais, e aind, representantes de instituições locais e de estruturas que tem um papel ativo na promoção da igualdade de género. Nora Kiss, presidente da Direção da REDE, uma rede portuguesa de jovens que visa a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, falou da importância de projetos como a REDE e o NÓS n a evolução positiva deste combate à desigualdade de géneros. “Ativismo é uma questão de participação”, disse Nora Kiss. A crise que Portugal atravessa tem um grande impacto ao nível do desemprego, especialmente nas regiões do interior do país. De acordo com dados do IEFP, a taxa de desemprego é superior nas mulheres, sendo que em setembro deste ano atingiu os 52,4% de mulheres desempregadas registadas, enquanto que nos homens foi de 47,6%. Evidencia-se a dificuldade na inserção no mercado de trabalho com mais relevância nas mulheres, assim como para jovens, 42,5%, segundo o INE. O projeto foi criado com o intuito de dar ferramentas necessárias à população feminina Covilhanense que procura de emprego, no sentido de desenvolver competências pessoais e sociais que lhes permitam ter um campo mais ativo no campo profissional. Vanda Ferreira, diretora do Centro de Emprego da Covilhã, explicou aos participantes os programas existentes para apoio ao jovem desempregado, tais como os estágios profissionais, o Programa Estimulo Emprego e cursos de aprendizagem. O mundo da desigualdade de género pode ser vista segundo várias perspetivas. Ana Catarina Pereira, docente na UBI, apresentou uma outra visão, a do papel da mulher no cinema. Tendo como tema da sua tese, “A mulher e a arte: quando elas não se representam a si próprias”, a docente pôs em causa a diferenciação entre ser homem ou mulher atrás das câmaras. Ana Catarina, baseou o seu estudo na perceção que tinha das “personagens serem sempre criadas mais pela visão que eles [homens] tem de nós. Eu tinha a perceção que aquelas mulheres que apareciam no ecrã não são mulheres reais”, disse a oradora. Para finalizar a mesa de oradores, coube Nuno Amaral Jerónimo, docente no Departamento de Sociologia, falar da falta de representatividade feminina na área do humor. Apresentou possíveis justificações para esse fenómeno como a falta de coragem, a falta de aceitação por parte de um público ou pela exposição a que se fica sujeito. O encontro EmpoderArte terminou com um debate entre os oradores e espectadores presentes, entre eles, alunos universitários, participantes dos Empowerment Labs e pela turma do 12ºano da Escola Secundária Campos Melo da Covilhã. Uma das grandes questões colocadas foi o que acham os homens da Igualdade de Género. As opiniões divergiram, mas concordaram num ponto: ambos os sexos estão sob pressão de determinados estereótipos da sociedade. |
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