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Campeonato Nacional de Carrinhos de Rolamentos no Sobral de S. Miguel
Ricardo Morais · quarta, 15 de outubro de 2014 · Foi com o som dos rolamentos a deslizarem pelo alcatrão que a aldeia do Sobral de S. Miguel acordou no dia 5 de Outubro. O campeonato nacional da modalidade veio até ao interior serrano, para mostrar que os carrinhos de rolamentos já não são apenas uma brincadeira. |
Início da descida do Campeonato Nacional de Carrinhos de Rolamentos no Sobral de S. Miguel |
21985 visitas O Sobral de S. Miguel recebeu, no dia 5 de Outubro, a vigésima prova do Campeonato Nacional de Carrinhos de Rolamentos (CNCR). Meia centena de praticantes da modalidade deslocaram-se, de vários pontos do país, até aquela freguesia do concelho da Covilhã, para mais uma competição ao volante dos tradicionais carros de esferas. Parte das brincadeiras de infância de muitos, os carrinhos de esferas, mais ou menos profissionais, têm hoje direito a um campeonato que, embora se realize há apenas dois anos, não esquece que antes de ser uma competição esta é uma brincadeira com tradição. “Antes da parte da competição, há aquela parte da tradição, da brincadeira, que era aquilo que fazíamos quando éramos miúdos que brincávamos, e hoje podemos juntar o útil ao agradável, que é fazer portanto um campeonato com uma actividade tradicional”, realça Luís Brazileiro, diretor da empresa Trilhos do Zêzere que organiza o CNCR. A prova no Sobral de S. Miguel juntou participantes de todas as idades e carrinhos de rolamentos das mais variadas formas e feitios. Os praticantes da modalidade são depois divididos em quatro categorias, de acordo com as características dos carrinhos: A, tradicionais, alterados ou tuning. A linha de partida estava situada no inicio da estrada que dá acesso ao Pereiro e os participantes tinham de percorrer um quilómetro até atingirem a meta em Ribeira. Durante a manhã os concorrentes desceram duas vezes, primeiro para fazerem o reconhecimento da pista, depois para treinarem para as duas mangas que se realizaram durante a tarde e que consagraram diferentes atletas. A pista, com oito curvas, 13 por cento de inclinação e de risco médio, permitiu aos praticantes descer sem grandes sobressaltos e disfrutar desta forma da paisagem. Promover regiões do interior menos conhecidas, mas com um vasto património natural é também um dos objetivos da organização. “Eu costumo dizer que o litoral e a praia não precisam de pessoas. Quem precisa de pessoas é o interior. E vemos as entidades que governam este país a falar de desertificação no interior mas nada se cá faz, portanto aqui o campeonato também quer fazer o contrário do que é habitual. Passar por aldeias do interior, primeiro porque tem uma riqueza fantástica, uma riqueza natural única. Muitas destas pessoas não viriam cá de outra forma se não fosse o campeonato e isso temos vindo a perceber ao longo das várias provas”. O regresso do campeonato ao Sobral de S. Miguel não trouxe assim maior número de participantes, mas esta foi sobretudo uma forma que a organização encontrou para agradecer a recepção do ano anterior. "Temos sempre menos participantes quando nos deslocamos mais para estas zonas de serra. Se usarmos o eixo da A23, IC8, A1, triplicamos o número de participantes, sabíamos que corríamos esse risco, mas também como agradecimento à forma como fomos recebidos no Sobral de S. Miguel o ano passado, este ano voltámos porque fomos muito bem recebidos", explica Luís Brazileiro. O Campeonato Nacional de Carrinhos de Rolamentos (CNCR) é uma marca registada pela empresa Trilhos do Zêzere Lda., que organiza, um pouco por todo o pais, uma competição com base nesta actividade tradicional. Durante todo o ano são promovidas 24 provas e percorridos vários circuitos como o das Aldeias do Xisto. A próxima prova é já no dia 19 de Outubro, na aldeia de Aigra Nova, concelho de Góis. O director da empresa que organiza o campeonato deixa por isso um convite a quem queira participar ou apenas assistir. “Para quem gosta dos carrinhos de rolamentos e da adrenalina dos carrinhos de rolamentos, porque sendo uma actividade tradicional também já proporciona alguma aventura, algum espírito radical, mas também para quem assiste, é um dia interessante, porque há umas cambalhotas, umas quedas, há sempre uns piões, uns drifts, tudo isso junto é um dia muito bem passado em contacto com a natureza, num desporto que é amigo do ambiente”. O campeonato termina a 14 de Dezembro no concelho de Pedrógão Grande, naquela que será a 24ª prova e grande final da competição e que encerra também o circuito das Aldeias do Xisto. |
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