O Auditório Ferreira de Castro, no Sindicato Têxtil da Beira Baixa, foi palco da apresentação do livro "43 anos a construir a igualdade entre mulheres e homens". A obra, escrita por vários autores e coordenada por Fátima Messias, analisa as desigualdades no mundo do trabalho e as suas mudanças até aos dias de hoje.

Através de uma recolha de testemunhos, no livro são contadas histórias sobre as desigualdades vividas no mundo laboral por homens e mulheres. Ao todo são onze os textos que relatam o ambiente vivido a partir do momento em que se registaram as primeiras lutas operárias.

O livro foi apresentado por Fátima Messias, membro da Comissão Executiva da CGTP-IN e responsável pela área da igualdade entre mulheres e homens. A acompanhar a coordenadora da obra estiveram Catarina Sales de Oliveira, professora da Universidade da Beira Interior (UBI), que é também coordenadora do “Plano de Igualdade de Género da UBI”, e Maria do Céu, uma das entrevistadas no livro e antiga dirigente do Sindicato Têxtil. O coordenador da União de Sindicatos de Castelo Branco (USCB), Luís Garra, também participou na exposição da obra.

O livro aborda a questão das desigualdades entre homens e mulheres e Fátima Messias considera que o faz a partir de "diversas áreas que têm a ver sempre com a participação. Ele começa mesmo no século XIX nas origens das lutas operárias mas depois tem várias áreas, pois foca muitos aspectos de direitos sociais de uma sociedade, questões ligadas à saúde, educação, segurança social". Neste contexto, a responsável pela área da igualdade da CGTP destacou alguns dos casos que são focados no livro e em que existem diferenças nas posições ocupadas por homens e por mulheres. “Já reparam por exemplo que nos supermercados, no talho estão geralmente homens e na peixaria mulheres. Foi nesse setor que também se fez o estudo. O valor do trabalho, o valor da mulher. Tem menos valor quem vende o peixe do que quem vende a carne? Mas os salários são diferentes", aponta a coordenadora.  

Fora do mundo laboral também se verificam muitas desigualdades e em particular no contexto académico, salienta a professora Catarina Sales, elas são bem visiveis. Foi nesse sentido que surgiu o “Plano de Igualdade de Género", projeto em que a UBI foi pioneira. "Quando nós fizemos o diagnóstico preliminar chegámos à conclusão que sim que havia (a necessidade de criar um plano de igualdade)", realça a docente.

O livro "43 anos a construir a igualdade entre mulheres e homens" editado pela CGTP foca assim as questões das desigualdades entre géneros, a luta dos movimentos sindicais e a participação das mulheres no decorrer dos últimos quarenta e três anos.