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A tradição já não é o que era na Feira de S. Miguel
Pedro Ferreira · quarta, 1 de outubro de 2014 · A Feira de São Miguel regressou no dia 29 de Setembro ao Tortosendo. A realizar-se pelo quarto ano num novo parque da vila, para muitos a tradição da feira tem-se perdido. |
Feira de São Miguel no Tortosendo (Foto do Facebook de David Silva) |
22000 visitas Como sempre, o dia 29 de Setembro, no Tortosendo, é marcado pela tradicional Feira de S. Miguel. Também conhecida como “Feira das Cebolas”, o certame contou com a presença de muitos feirantes, que montaram as suas tendas no recente parque de S. Miguel. Este espaço recebe a feira há apenas quatro anos e apesar de facilitar a organização, a verdade é que quebra com a tradição de uma feira que se espalhava pelas estreitas ruas do Bairro do Cabeço. Os comerciantes, mas também os visitantes, têm por isso saudades do passado da feira. "Vivo no Tortosendo há 29 anos e para mim a Feira de São Miguel era há uns anos atrás. Não sei se tem a ver com a própria organização da feira, mas há muitos espaços vazios, possivelmente também devido às injustiças a que eu própria assisti", desabafou, revoltada, a visitante da feira, Florinda Santos. Mais fraca do que em anos anteriores, a feira terá sido afetada pelo facto do dia 29 de Setembro ter calhado a uma segunda-feira. Explica-se a menor adesão por parte dos visitantes, mas também o abandono de muitos comerciantes no domingo à noite, que se deslocaram para o Mercado do Fundão, que se realiza todas as segundas-feiras. “Penso que a organização deveria impor um sistema em que não permitisse que os comerciantes abandonassem a feira antes de ela acabar. Digo isto porque domingo ao fim do dia viu-se muita gente a arrumar as mercadorias e a seguir para outros mercados, o que é mau e prejudicial para a nossa feira”, realçou Carlos Sanches, um residente local e presença habitual na feira de S. Miguel. Acabou por ser no dia 28, véspera de S. Miguel, que um maior número de pessoas visitou a feira, ajudando ao negócio dos comerciantes. “Como tinha uma espécie de uma esplanada e o dia esteve muito agradável, tive a sorte de conseguir aqui juntar muita gente”, afirmou João Duarte, que marca presença nesta feira há três anos. O facto das pessoas não terem dinheiro para gastar também contribuiu para o reduzido número de visitantes, consideram os residentes. “ A economia do país faz com que isso aconteça e as pessoas também não têm muita vontade de gastar dinheiro, guardando-o para bens de primeira necessidade”, referiu Pedro Gaspar. Apesar das críticas à organização e da menor adesão em relação a outros anos, realizou-se mais uma edição da Feira de São Miguel que regressa no próximo ano para, esperam os residentes, fazer cumprir a tradição. |
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