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UBI como herança dos lanifícios na Covilhã
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 1 de outubro de 2014 · @@y8Xxv Graças à lã, a cidade desenvolveu o Ensino Superior, que mudou a face da cidade, defendeu Manuel dos Santos Silva, no Museu de Lanifícios. |
Santos Silva vê na UBI a maior “massa cinzenta” do Interior do País |
21968 visitas Qual a herança da lã na Covilhã? Esta pergunta resume a linha da conferência de Manuel Santos Silva no Museu de Lanifícios, na sexta-feira, 26, e tem uma resposta: a Universidade da Beira Interior (UBI), com a criação de conhecimento e dinamização económica que dela resultaram. Depois da cidade dos lanifícios, e na sequência do seu legado, a Covilhã foi-se transformando na “cidade do saber, da saúde e da moda”, defendeu o antigo reitor da UBI. O título da conferencia “Lanifícios, que futuro?” serviu para analisar o passado e descobrir a tal herança, que continuará a projetar a região, apesar dos desafios que também enfrenta. Do passado – recente, tendo em conta os séculos que as atividades ligadas à lã levam na região – vem a memória de uma década de 1970 de crise para a indústria, que fez da Covilhã uma “cidade fantasma”, como a classificou Santos Silva. Neste ambiente depressivo surge a reforma de Veiga Simão, ministro da Educação da altura, que cria o Instituto Politécnico da Covilhã (IPC) com dois cursos: Engenharia Têxtil e Administração e Contabilidade. Depois disto a história é conhecida. Após várias transformações, a escola superior reconverte-se em UBI. E a partir da academia, instalou-se na Covilhã um pólo de conhecimento com os seus doutorados – “a maior massa cinzenta do Interior do País” –, sete mil alunos, que gastam mensalmente “mais do que o ordenado mínimo” que era pago anteriormente aos operários, criaram-se os empregos de docentes e não docentes e requalificaram-se as antigas fábricas. “Esta é a maior riqueza que a Covilhã adquiriu com a história da lã e do politécnico, que veio por causa da lã”, sintetiza Manuel Santos Silva. Na conferência, que decorreu no âmbito das Jornadas Europeias do Património e das comemorações dos 250 anos da Real Fábrica de Panos, Santos Silva aproveitou para lançar um novo desafio para a UBI e a cidade que a recebe. Perante a dificuldade em atrair alunos, o antigo responsável máximo da instituição entende que deve procurar-se, em conjunto com a autarquia, chamar empresas que permitam as primeiras experiências profissionais aos alunos. “Querem melhor slogan para atrair estudantes do que “venha para a Covilhã e crie a sua própria independência económica?”, questiona Santos Silva.
MODA E HERANÇA Antes, Rui Miguel, presidente do Departamento de Ciência e Tecnologia Têxteis abordara “Fashion and Heritage”, onde refletiu em torno da relação da moda com a herança. “A moda enquanto herança dela própria, herança de tradições, cultura e arte que a influenciam, e a herança ambiental e a sua relação com a moda consciente”, sintetizou logo no início o docente que conheceu por dentro a evolução dos estudos universitários sobre os têxteis na Covilhã, ou não tivesse sido um dos primeiros alunos do IPC e o primeiro engenheiro têxtil formado na Covilhã a entrar na indústria na região. Como o princípio de Lavoisier – explicou – a prática criativa de produtos de moda assenta “no revisitar do passado, mais ou menos longínquo e de uma forma mais ou menos disruptiva ou mais tradicional, sempre suportada por alicerces culturais e éticos e por pilares de vivências e sensibilidade estética e de sentido funcional”. |
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