“Eu sou o Pawel. Eu sou polaco. Estudo na Covilhã Relações Internacionais. Eu ‘sou’ muito satisfeito”. O Português pode não ter sido perfeito, mas é percetível. Resultou dos conhecimentos adquiridos em mais uma edição do Curso Intensivo de Verão de Português Língua Estrangeira que decorreu na Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior (FAL-UBI) e que teve na última semana a sessão de encerramento.

Na terça-feira, dia 2, os 10 participantes mostraram até que ponto se conseguem expressar na língua de Camões, com uma curta apresentação onde disseram o nome, de onde vinham e o que faziam em Portugal. A formação durou três semanas e, apesar de haver quem tivesse maiores dificuldades – o grupo era heterogéneo e incluía desde europeus a asiáticos –, viram-se alguns resultados.

O vice-reitor João Canavilhas, presente no encerramento do Curso, juntamente com Paulo Serra, presidente da FAL, avaliou desta forma a capacidade de expressão em língua portuguesa dos participantes: “Eu diria que já não morriam de fome. Já conseguiam ir a qualquer local, falar e pedir”.

APRENDER A RESOLVER QUESTÕES PRÁTICAS

O objetivo do curso passou precisamente por alcançar um resultado desta amplitude. “Três semanas de um curso não dá para as pessoas ficarem muito autónomas em termos linguísticos, mas dá efetivamente para terem alguns rudimentos que permitam comunicar em questões mínimas como alimentação, transportes e serviços”, salienta Paulo Osório, presidente do Departamento de Letras da FAL.

Edoardo Fonti, italiano natural de Rimini que vai estudar em Lisboa no âmbito do programa Erasmus, admitiu um pouco mais de aptidão, nomeadamente de “entender o que é dito”. E, na hora de falar com os jornalistas presentes, foi capaz de dizer que “Portugal é um País fantástico e as pessoas e o curso”.

Pela primeira vez no País, visitou a região juntamente com os restantes alunos. Fizeram parte do roteiro Monsanto e Penha Garcia, no concelho de Idanha-a-Nova, e Almeida, onde participaram na reconstituição histórica do cerco da vila. Barroca e Janeiro de Cima, no município do Fundão, foram outros locais onde o grupo teve oportunidade de conhecer as particularidades dos portugueses.

HOSPITALIDADE PORTUGUESA

“Fomos muito bem recebidos e vivemos alguns episódios da verdadeira hospitalidade portuguesa: fomos convidados a merendar com um grupo de pessoas em Janeiro de Cima. Ficaram muito bem impressionados, para além da beleza da paisagem e aquilo que ela tem para oferecer”, contou Rita Carrilho, responsável por ministrar o curso.

A aposta da UBI neste tipo de formação é para continuar e, de acordo com o que o vice-reitor para o Ensino, Internacionalização e Saídas Profissionais anunciou, a aprendizagem irá começar online.

“Vamos ter um curso massivo online e os futuros alunos, através do computador, vão dar os primeiros passos no Português. Portanto, no próximo ano, quando vierem no verão, já vão estar mais adiantados e com um nível superior àquele que têm agora”.