– Tem colaborado com a Universidade do Luxemburgo (UL) que está a criar um curso de medicina. Como surgiu essa experiência?

– Trata-se de um projeto pessoal. Essa Universidade abriu a possibilidade de alunos de toda a Europa puderem participar na construção de um currículo para o curso. Candidatei-me juntamente com um estudante da Faculdade de Medicina do Porto, que também faz parte da ANEM, e fomos ambos escolhidos.

Contribuímos para a construção de módulos de disciplinas específicas do curso e estaremos na segunda metade do mês de agosto para o Luxemburgo ajudar na compilação das matérias.

Eles gostaram do trabalho que fizemos na primeira parte e convidaram-nos para, na segunda fase, ajudarmos na homogeneização de todas as disciplinas que foram feitas e na conclusão do processo, que depois será enviado para o governo luxemburguês, a fim de ser acreditado o ciclo de estudos que se pretende que inicie em 2017.

– É um trabalho motivador para um aluno?

– É muito interessante porque, primeiro, uma das grandes curiosidades foi que a estrutura é relativamente semelhante àquela que há na Covilhã. E foi um dos pontos que fez a UL gostar do nosso trabalho, porque já tínhamos algum conhecimento de causa.

Depois, é um trabalho desafiante. A UL quer poder orgulhar-se de ter um curso feito por alunos, para alunos.

Haverá uma supervisão bastante rígida, como é óbvio, mas de qualquer forma é muito positivo porque eles, com este processo, podem recolher um ‘feedback’ muito mais direto dos estudantes de diferentes realidades e criar uma formação que dê resposta e tenha em linha de conta aquilo que são as opiniões e as visões dos estudantes que estão espalhados pela Europa. É um processo muito interessante e eu não conhecia outro igual.

Também tivemos a sorte de ser escolhidos e agora é fazer o nosso trabalho, que eles designam como de assistente para o desenvolvimento do currículo de educação médica.