Começou com a conferência “Dez coisas que devemos saber sobre Espanha”, mas tem muito mais para dar a conhecer sobre história de Portugal, filosofia, religião – na dimensão da espiritualidade – a arte ou arquitetura. Trata-se do Projeto Dez, uma iniciativa nascida no âmbito do curso de Ciências da Cultura da Universidade da Beira Interior, que pretende colmatar algumas falhas de conhecimentos não apenas dos alunos.

“É uma tentativa de constituir um património de conhecimentos fundamentais que cada um deve ter”, descreve Gabriel Magalhães, um dos docentes envolvidos na iniciativa, que admite a existência de falhas nos estudantes. “Nós notamos, quer nos nossos alunos da UBI, quer nos do ensino secundário, que esse centro do conhecimento é cada vez mais difuso e mais frágil”, reconhece. E com que consequências? “Dificuldades no enquadramento do que aprendem”, explica o docente acrescentando que “as pessoas, hoje em dia, flutuam na sociedade virtual e perdem as raízes do conhecimento e a ideia é que as voltem a ter. Que constituam âncoras para a estabilização de outros conhecimentos”, acrescenta.

O próximo ano letivo trará novas conferências do Dez, que pretende desenvolver atividades destinadas à comunidade fora da UBI. O primeiro colóquio teve lugar na Biblioteca Municipal da Covilhã, a meio de maio. O momento inaugural de um conjunto que vai acontecer nos próximos dois anos.

A ideia é que o projeto seja candidatado a programas que apoiem experiências pedagógicas inovadoras. “E esta é uma delas”, considera Gabriel Magalhães. Deste processo de candidatura estão pendentes convites a conferencistas provenientes de outras academias e a publicação de uma obra com base nos temas abordados pelo Dez.