Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Américo de Sousa homenageado nas jornadas de Retórica
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 4 de junho de 2014 · @@y8Xxv Mestre e investigador da área das Ciências da Comunicação, falecido há cerca de ano e meio, Américo de Sousa foi recordado pelo professor e amigo, António Fidalgo. |
António Fidalgo recordou o carinho que Américo de Sousa desenvolveu pela UBI |
21964 visitas “Muitas vezes fala-se dos grandes mestres, mas também temos que falar dos grandes alunos, aqueles que dão sentido à vida de um professor”. A frase é de António Fidalgo durante a homenagem a Américo de Sousa, mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior (UBI), falecido em 2012. Natural do Porto, construiu uma forte relação com a UBI, instituição que decidiu recordar o também investigador durante as Jornadas de Retórica e Política, organizadas na Covilhã pelo Grupo de Trabalho (GT) de Retórica da SOPCOM – Sociedade Portuguesa de Ciências da Comunicação, na sexta-feira, dia 30. Um tributo que se encaixou no espaço académico certo, uma vez que Américo de Sousa integrou este GT e foi um estudioso da retórica. Autor do livro “Persuasão”, editado pela Livros LabCom, Américo de Sousa foi orientado pelo reitor da UBI, que coordenava também a sua tese de doutoramento, aquando do falecimento, em dezembro de 2012. “Para falar dos grandes alunos” – explicou António Fidalgo – “o Américo revelou-se um grande aluno. Já homem feito, um pouco mais velho que eu, quis trabalhar sobre a retórica e tornou-se mais aristotélico que o próprio Aristóteles. Daí também nasceram as nossas discordâncias académicas”. Numa intervenção emocionada onde cruzou o respeito pelo estudante com a amizade pessoal que o ligava a Américo de Sousa, António Fidalgo destacou a forte relação estabelecida com a UBI. “Esteve na primeira linha da criação, como investigador, do LabCom. E é curioso como se criou uma ligação extraordinária e única com a UBI em alguém que vivia no Porto, Oliveira do Douro, mais precisamente, instituição para onde se deslocava com facilidade”, disse António Fidalgo, numa sessão onde estiveram presentes elementos da família do homenageado, que desapareceu aos 66 anos.
Um dia para analisar a retórica Este foi um dos momentos da Jornadas que ao longo de sexta-feira abordaram a retórica desde os seus primórdios – nomeadamente na conferência de Manuel Alexandre Júnior, “Retórica Política na Antiguidade Clássica: Isócrates e Demóstenes” – até à sociedade mediatizada da atualidade. Um dia para passar em revista a sua perda de importância no ensino universitário – Paulo Serra, presidente da Faculdade de Artes e Letras, recordou que esta já foi uma “cadeira obrigatória” – até à sua utilização por Oliveira Salazar. A este propósito, António Bento, docente da UBI, destacou que a principal figura do Estado Novo cultivou a “invisibilidade como um instrumento político”, reduzindo entrevistas e participações em sessões comemorativas. Paulo Serra, em “A credibilidade política na sociedade mediatizada”, centrou a sua comunicação na questão da credibilidade, recuperando o primeiro meio de persuasão apontado por Aristóteles na teorização do sistema retórico: o ethos, ou seja, “o carácter do orador”. A propósito dos meios de comunicação, o docente da UBI sublinhou a importância que a televisão continua a ter, destacando, neste caso, “a força retórica da imagem”. |
Palavras-chave/Tags:
Artigos relacionados:
GeoURBI:
|