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Um dia na ACBI com Luís Cipriano
Daniel Proença · quarta, 11 de junho de 2014 ·
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Os alunos descansam entre ensaios, sob alguns dos vários galardões de Luís Cipriano. |
22023 visitas Sábado, dia 24 de maio, dez e um quarto da manhã: chega a última criança ao edifício da Associação Cultural da Beira Interior. São alunos de quinto e sexto ano dos agrupamentos de escolas do Tortosendo e da Serra da Gardunha. O plano é fazer um espetáculo para apresentar no dia 6 de junho.
Assim que todos os alunos, totalizando 24, se encontram presentes, os ensaios começam. Dividem-se em três grupos – alunos da Gardunha de 5º ano, alunos da Gardunha de 6º ano, e alunos do Tortosendo – e cada um ocupa um xilofone ou metalofone, únicos intrumentos a ser usados no espetáculo.
O maestro que tem a cargo estes três grupos, Luís Cipriano, não é novato nestas situações. Ao longo da sua carreira levou já os seus coros, orquestras e composições para um grande número de grandes eventos, tanto nacionais como internacionais. Venezuela, Hungria, Itália, Alemanha, Coreia, França e Gaza são apenas alguns dos locais que já contaram com a sua presença, tendo trazido um considerável número de galardões deles. Pode até dizer-se que Cipriano está no seu habitat natural; o maestro não hesita em declarar que prefere trabalhar com crianças do que com adultos.
Com o seu incentivo, muito esforço e a repetição incessante das peças, os alunos aperfeiçoam lentamente os seus temas. Cipriano lidera um grupo de cada vez, dividindo o seu tempo equitativamente entre os três, com outros professores de música a tomar as rédeas dos restantes.
A meio da manhã, um pequeno intervalo para permitir aos alunos relaxar. Uns saem para apanhar ar, outros tomam o seu pequeno-almoço, mas apenas têm cerca de vinte minutos até os ensaios recomeçarem. O dia é duro, mas ninguém desiste. Durante o resto da manhã, dirige os ensaios com partes iguais de exigência, energia e bom humor. Caminha de um lado para o outro, gesticulando e contando anedotas, não deixando o ambiente tornar-se aborrecido.
Após mais uma hora de ensaio, é tempo de almoçar. Para a grande felicidade das crianças, foram encomendadas pizzas para o almoço. Enquanto todos os outros envolvidos no projeto tomam café e conversam animadamente, o maestro desaparece. Falta uma peça para a tarde, logo é necessário compor. Volta pelas duas horas, quando já todos estão a praticar de novo, com um sorriso na cara e um triunfante “Já está.” Falaria mais tarde sobre a natureza do seu processo criativo.
As crianças trabalham duro, é verdade, mas não se deseja sobrecarregá-las. Tem lugar mais um pequeno intervalo, após o qual todos os instrumentos são carregados das salas que os grupos ocupavam para o auditório principal. Depois do lanche, os três grupos ocupam pela primeira vez o mesmo espaço de trabalho, apresentando uns aos outros o que praticaram. Finalmente, os três grupos juntam-se e tocam juntos o “Estudo 1”, composição do maestro. Considerados prontos para tocar pelo maestro, o dia de ensaios é dado por terminado. |
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