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Salvação artística chega às Escadas da Trapa
Luís Oliveira · quarta, 14 de maio de 2014 · As Escadas da Trapa vão ser alvo de uma intervenção artística que vai decorrer nos próximos dias 17 e 18 do presente mês. Esta intervenção vai ser levada a cabo pelo Teatro das Beiras e pelo grupo Covilhã em Transição - Grupo de Reabilitação de Espaços Urbanos. Para além da reabilitação vai também haver uma celebração que conta com teatro e dança para animar os dias. O objectivo é que a actual geração e as próximas possam ver e compreender o valor histórico daquele conjunto urbano e o seu simbolismo para a sociedade e para a cidade da Covilhã. |
Escadas da Trapa. |
21981 visitas Em vésperas de celebrar 40 anos de existência, e também do Dia Internacional dos Museus, o Teatro das Beiras em conjunto com o grupo Covilhã em Transição, vão executar uma intervenção artística nas escadas da Trapa, situadas junto ao edifício do Teatro das Beiras. Nos próximos dias 17 e 18 de Maio decorrem sessões de teatro e dança nas Escadas da Trapa e tudo culminará na requalificação artística das escadas. Para deixar os curiosos de água na boca, o Teatro das Beiras decidiu, temporariamente, escrever um excerto da obra "A Lã e a Neve" de Ferreira de Castro nas escadas ( ver vídeo). A entrada para esta celebração é livre e gratuita.
Aqui fica o excerto do texto contido nas escadas:
"Pouco a pouco, porém, foi sendo tradição no reino que os homens da Covilhã e suas redondezas eram mestres como nenhuns outros em tecer bifas almáfegas e buréis.
A maior casa pertencia ao deus do povoado, mas um dia na Covilhã ergueu-se uma casa maior que a do deus. Era a primeira fábrica de tecidos.
Um dia tudo se revolucionou. Já não se tratava de melhores debuxos, de mais gratas cores mas de coisa mais profunda - da produção mecânica.
Milhares de operários laboravam durante o dia nas fábricas e, ao fim da tarde outros milhares vinham para trabalhar noite dentro.
Subiam dos vales para o alto da serra queixumes, protestos, rumores dos homens que às vezes se uniam e reivindicavam um pouco mais de pão.
A greve prosseguia, todos os dias se viam no Pelourinho e no Jardim grupos de operários que, antes só se reuniam ali, àquelas horas.
Em breve as sereias davam o último sinal e logo chegava cá fora o rumor das máquinas que haviam recomeçado a trabalhar." |
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