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A Reforma Agrária Portuguesa
Célia Fonseca · quarta, 7 de maio de 2014 · “O livro “Reforma Agrária”, de José Soeiro revela maturidade para lutar pela transformação da sociedade”. Esta é, segundo o antigo ministro da agricultura do governo de Vasco Gonçalves, a principal mensagem transmitida no livro que foi apresentado no passado dia 5 de maio na FCSH. |
José Soeiro na apresentação do seu livro |
21998 visitas Inserido nas comemorações dos 40 anos do 25 de Abril e do 1º Maio, a UBI, juntamente com o movimento sindical de Castelo Branco, reuniu nomes sonantes da política portuguesa para um debate acerca do que foi a Reforma Agrária há 40 anos atrás. Fernando Oliveira Baptista, antigo ministro da agricultura durante o mandato de Vasco Gonçalves, apresentou o livro destacando as suas principais características. José Soeiro militante do PCP, também falou sobre a obra, acentuando a sua ideologia acerca da questão da agricultura portuguesa. “Não houve nada no mundo, até Abril de 1975, semelhante à Reforma Agrária Portuguesa”, salientou o autor do livro. Foi uma luta do povo contra um regime Fascista e opressivo onde só os ricos tinham direitos. Os latifundiários eram detentores de grandes propriedades que mantinham sem qualquer cultivo. O povo passava fome e não tinha emprego e a solução estava na agricultura. É então que nasce “uma luta pela conquista do direito ao trabalho, por um salário, pela emancipação da mulher” que Fernando Baptista considera essencial na história do povo português. “A visão que o fascismo tinha das pessoas que trabalhavam na agricultura era desumana. Eram vistos como animais e tratados à margem da sociedade”, destacou Soeiro na sua defesa pelos direitos do homem e pela dignidade que todos merecem independentemente da sua profissão. “Hoje em dia é preciso olhar para o mundo rural e para as pessoas que nele trabalham de forma diferente”, defendeu. Lembrando ainda que é necessário “respeitar todas as vidas que se perderam numa luta por um país com melhores condições de vida”. No lançamento do livro foram lembrados os militares de Abril e o seu ato heróico de revolução: “Graças a eles vivemos hoje em democracia” comentou Soeiro. Fez notar também que “uma revolução só pode ser feita pelo povo, não se faz revolução de outra forma”. No entanto a reforma agrária foi destruída por motivos que ainda hoje indignam o antigo militante do PCP. A situação atual de Portugal esteve também em debate. O abandono da agricultura é uma preocupação de José Soeiro. Este acredita que reforma agrária “era mais uma vez necessária como solução para a crise”. Criticou ainda a riqueza mal distribuída. “Muitos continuam explorados e mal pagos, e poucos usufruem da riqueza que os primeiros lhes proporcionam”. É necessário distribuir e rentabilizar os produtos para uma sociedade igual e justa. |
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