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Ana Gomes liga futuro de Portugal ao da Europa
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 30 de abril de 2014 · @@y8Xxv A candidata socialista ao Parlamento Europeu defendeu na UBI mudanças que acabem com a “financeirização” da economia. |
Ana Gomes debateu a Europa na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas |
21951 visitas “Não devemos desistir da Europa, que não é um projeto falhado”. O alerta é de Ana Gomes, atual eurodeputada do PS e novamente candidata a um lugar no Parlamento em Bruxelas, que esteve na terça-feira, dia 29, na Universidade da Beira Interior (UBI) para um debate sobre o futuro da União Europeia. Acompanhada de Maria José Batista, que integra também a lista dos socialistas no 30º lugar, Ana Gomes defendeu ainda que o destino de Portugal depende do que acontecer no espaço europeu. Um dos problemas da Europa identificados pela socialista liga-se à “finaceirização da economia”, que define como “o desligamento da finança da economia real”. Ou seja, uma prática que recorre às novas tecnologias para “transferir milhões, sem se produzir nada”. Resultado, para Ana Gomes: “Capturou os agentes políticos, que deviam ter a responsabilidade de governar”. Numa intervenção crítica para com os dirigentes europeus dos últimos anos, que decorreu na Faculdade de Ciências Sociais de Humanas, a socialista identificou neste processo um risco para o modelo social europeu, decorrente do aumento da pobreza. “Um mundo onde há poucas pessoas com muito e um número cada vez maior de cidadãos com menos, não dá sustentabilidade política a qualquer construção”, argumenta, acrescentando que “para a Europa, o modelo social europeu é absolutamente indispensável para um futuro democrático”. Modelo que “tem de ser ser ajustado”, mas “mantido”, conclusão que se retira depois da “perversão provocada pela deriva que levou à «financeirização» da economia”. Portugal também tem um papel a desempenhar. Mas na opinião de Ana Gomes, também tem de mudar. “Não podemos ter um país que abdica de explicar a nossa real situação e que abdica de mudar a Europa”, defende a candidata que surge no sexto lugar da lista socialista liderada por Francisco Assis. Para o Governo de Pedro Passos Coelho tinha outra bicada e um outro neologismo: “receita austericida”. Uma política que “tem matado pessoas e não apenas empresas”. “Falo de desempregados e idosos que têm sido assustados por políticas que pretendem, eventualmente, exterminá-los”, diz. À plateia composta por jovens, Ana Gomes apelou ao voto. “Penso que o próximo 25 de maio vai ser um dia muito importante, sobretudo para vocês jovens. Não é altura de pensarmos que a nossa raiva, a nossa frustração, a nossa desilusão relativamente à Europa se exerce através da abstenção. Ela deve exercer-se através do voto. Do voto em consciência. Porque só dessa maneira é que podemos mudar e mudar a Europa é fundamental para também mudar Portugal”, argumentou. Lembrou ainda a importância da eleição: “Pela primeira vez os cidadãos vão poder determinar quem está à frente da Comissão Europeia e não vão eleger apenas deputados”. Nesse sentido defendeu o nome que os socialistas europeus escolheram para candidato à sucessão de Durão. “Martin Schulz é um alemão verdadeiro europeísta. Foi líder da nossa bancada durante nove anos e é um homem que vai à luta, que se bate pelas suas ideias, que enfrenta outros e que defende os seus pontos de vista. E tem por trás um compromisso subscrito por todos os partidos socialistas e social-democratas europeus, expecto os britânicos”, conclui. |
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