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Revolução dos Cravos celebrada com música
Célia Fonseca · quarta, 30 de abril de 2014 · Continuado “A música é uma arma. Foi um elemento essencial na revolução do 25 de Abril”. As comemorações desta data, que marcam uma viragem na história portuguesa, iniciaram-se com um concerto realizado pela Orquestra de Sopros da EPABI no Teatro Municipal da Covilhã. |
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22030 visitas Após 40 anos do 25 de Abril de 1974, muitos portugueses guardam na memória a importância que a música teve e o que ela simbolizou durante a revolução. Estas lembranças foram reavivadas no passado dia 23 ao som das músicas da EPABI (Escola Profissional de Artes da Beira Interior). Pedro Pais, o diretor da escola, considera que se iniciaram as comemorações de uma forma diferente: “A música tem a capacidade de unir e reunir as pessoas, e neste caso é uma boa forma de celebração de uma época marcante”. A importância da música na revolução é, de uma forma geral, conhecida por todos os portugueses, mas sentida por cada um de maneira diferente. Pedro Pais, diretor da EPABI, deu a sua opinião relativamente ao significado da música no 25 de Abril. Acredita que hoje em dia “a música é fundamental na vida das pessoas”. No momento de crise que se vive “há um ressurgir de músicas de intervenção, de compositores nacionais, de acordo com o contexto. Existe uma formação de consciências e de mentalidades através da música”. Quem assistiu ao concerto não deixou de lembrar os músicos de intervenção de 1974, como Zeca Afonso com “Grândola Vila Morena”, e Adriano Correia de Oliveira com “Trova do Vento que Passa”. “A música foi a senha que fez com que os nossos militares avançassem” comentou José Teixeira que viveu em pleno a revolução. Para António Pais, reformado da EPABI “a música é imortal e tem uma grande força” que nos “faz recordar e viver”. A Covilhã é conhecida por muitos pela “cidade da música”, os seus habitantes não escondem o orgulho que têm por tal, referindo que “as músicas de sopro são a alegria de um povo” As músicas tocadas pela orquestra de sopro não estavam diretamente relacionadas com a data comemorativa em questão. Foram baseadas num reportório clássico, onde estavam incluídas obras de compositores portugueses. Aliada à celebração houve um momento dedicado ao passado da cidade da Covilhã através de um vídeo acerca da indústria dos lanifícios. Testemunhos reais contaram na primeira pessoa histórias de infâncias duras, passadas a trabalhar nas fábricas. Excesso de horas de trabalho, más condições laborais, acompanhadas de salários muito baixos, eram comuns no ambiente de pobreza da época. Com uma parceria entre a Câmara Municipal da Covilhã e a EPABI, este foi o terceiro concerto realizado no âmbito das comemorações desta data. No Teatro Municipal estão também presentes cartazes alusivos à história da cidade na revolução do 25 de Abril.
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