Pintura, natureza e história são os vértices que unem a exposição patente no Museu dos Lanifícios da Universidade da Beira Interior, até 4 de maio. A autora de “Cores, Plantas e Povos” – Lara Montoya Andrès – procura com a instalação criar um espaço de reflexão sobre a história da Covilhã, repensar o passado para projetar o futuro.

A forma como a artista espanhola de 23 anos procura fazer esse trajeto histórico e de projeção de novos tempos recorre a “imagens geográficas da zona da Covilhã, imagens botânicas de plantas locais e imagens históricas da indústria”. Segundo descreve o Museu de Lanifícios, que recebe a mostra na Real Fábrica Veiga/Centro de Interpretação dos Lanifícios, a instalação inclui ainda a “rota das plantas depois da colonização da América, fotografias do incêndio da Serra da Estrela do verão de 2013 e de paisagens locais”. Para a organização, o conjunto desafia o visitante a “refletir sobre as conexões entre pintura, natureza e história” e a “recuperar um vínculo com o passado através da estética”.

A produção dos trabalhos de pintura recorre a corantes naturais, provenientes essencialmente de plantas, que também fazem parte da exposição. Além destas, são utilizados pigmentos pretos e castanhos, obtidos a partir da argila local e o carvão resultante do incêndio da Serra da Estrela do ano passado.

Lara Montoya Andrès tem formação em Belas Artes e trabalha essencialmente com pintura e vídeo de animação. Já expôs em La Rioja, Bilbao, Vitoria e Zarautz. “Ao longo do seu percurso, Lara tem vindo a desenvolver uma singular relação entre a arte e a natureza, a qual culmina neste projeto artístico 'Cores, Plantas e Povos' na Covilhã”, conclui o Museu.