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“Nós não somos números, somos pessoas.”
David Garcia · quarta, 9 de abril de 2014 · @@y8Xxv O bispo da Guarda, D. Manuel Felício da Rocha, esteve na UBI para o encerramento do ciclo de Conferências Quaresmais promovido pela Capelania da universidade, este ano dedicado ao aniversário do concílio Vaticano II. |
Bispo da Guarda insistiu sobretudo na importância de criar e manter espaços de vida comunitária |
21954 visitas Apesar do tema da conferência, “O Concílio: ações de implementação urgente”, D. Manuel surpreendeu os mais de sessenta participantes presentes no auditório das sessões solenes na passada quinta-feira, quando começou por defender que “aquilo que está em causa quanto à recepção do concílio não é tanto implementar mais ações”, mas que “o urgente é introduzir um espírito novo naquilo que já se faz”. Num tempo de crise, o prelado ressalvou a importância de “trazer os valores do evangelho para a praça pública, que deles precisa como de pão para a boca”. A igreja, compreendida “como espaço e experiência para a vida comunitária, tem uma importância decisiva” nos tempos que correm, em que existe a tentação de “usar as pessoas para fins que elas não decidem”, e também de “abandoná-las porque consideradas inúteis, senão mesmo um peso que atrasa o chamado desenvolvimento”. Contra essa tendência, a igreja teria de destacar-se pela promoção do “princípio da inclusão, que aproveita as capacidades e a originalidade de cada um”. Assim, o trabalho social tem de ser visto instrumento de promoção ao desenvolvimento pessoal, e não como simples assistência material que cria dependência. Sobre os jovens, novamente ausentes da plateia das conferências quaresmais, D. Manuel Felício, alertou para as “iscas” que a sociedade lhes apresenta e que de costume não levam a lado nenhum. No final da conferência, foram vários os participantes que quiseram destacar e agradecer o “brilhantismo” da exposição. Questionado sobre o tema do apelo à juventude, D. Manuel reconheceu que “as perguntas são boas”, mas que o tema é complexo e precisa de estudo, e garantiu: “Levo comigo as vossas interpelações”. Um dos participantes lamentava-se à saída: “Não sei se é a igreja que não ouve os jovens, ou se são os jovens que não querem ouvir a igreja”. D. Manuel Felício da Rocha nasceu em Mamouros, em Castro Daire, em 1947. Ordenado padre em 1973, foi depois bispo auxiliar de Lisboa (2002) até ser nomeado para coadjutor da diocese da Guarda em 2004, tendo sucedido ao cargo em 2005. Entre as obras publicadas têm destaque "Diálogo Ecuménico em Portugal. Elementos para a sua história" (1997) e "Para um Modelo Cristão de Desenvolvimento" (1992). As Conferências Quaresmais realizam-se anualmente e são uma iniciativa da Capelania da universidade, presidida pelo Padre Henrique dos Santos, docente no departamento de Engenharia, com o apoio da UBI. |
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