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"Nada contra a Nação, Tudo pela Nação"
Urbi · quarta, 2 de abril de 2014 · @@y8Xxv O Estado Novo, a época salazarista e a implantação de regimes totalitários na Europa, foram alguns dos temas abordados na conferência do passado dia 28 de Março, com lugar na Sala de Conselhos da FAL. |
Rei Torgal proferiu a conferência que encheu a Sala dos Conselhos da Faculdade de Artes e Letras |
21967 visitas Foi perante uma plateia numerosa que Luís Reis Torgal, da Universidade de Coimbra, apresentou a conferência "Estado Novo, Fascismo e Estado Social". O professor começou por mostrar a importância de se saber distinguir as várias formas de fascismo. "O Fascismo pode ser empregado em duas vertentes principais: o fascismo de rua e o fascismo de regime", afirma o docente da Universidade de Coimbra. Numa breve contextualização histórica, Reis Torgal destacou o surgimento do regime em 1919, na Itália, como um marco que viria mudar a forma como a história era concebida até à data. "Com o Partido Nacional Fascista dá-se o aparecimento de um grande movimento: ‘A Marcha sobre Roma’, em 1922, que vem mostrar a força com o que o fascismo está implementado na rua", reforça o docente. Este movimento torna-se fundamental na afirmação do fascismo na sociedade. "Apesar de Mussolini subir logo à categoria de 1º Ministro, só em 1924 o fascismo se consolida e consegue coordenar alguns partidos políticos. Entre 1924/1925, o partido fascista estabelece-se exclusivamente no poder e é a partir daí que surgem as leis fasciscistas, leis políticas, de trabalho, educação e cultura, montando todo um sistema", explica Reis Torgal. Todo o fascismo é feito de pragmatismo e de oportunismo, não interessa que seja "monáquico ou republicano", defendeu. De modo a explicitar mais claramente a forma como o fascismo se implementou na Itália e noutros países da Europa como Portugal, o docente de Coimbra mostrou um excerto de um filme do arquivo nacional: "Nada contra a Nação, Tudo pela Nação", onde é visível a forma como também o nosso país foi afectado por esta onda de regimes autoritários. "É um dos poucos filmes existentes desta época. Não está colocado à venda, pelo que o acesso a ele não se consegue facilmente.", reforça. Em Portugal, o Estado Novo começa em 1930, com a União Nacional. António de Oliveira Salazar, que se destaca como Ministro das Finanças desde 1928, é o nome que fica à frente deste movimento. "Não temos Estado Novo, temos um processo à procura de algo novo", defende Reis Torgal, quando questionado por um dos elementos do público. No final da sessão ainda houve tempo para um conjunto de perguntas e respostas, onde o orador teve oportunidade de esclarecer as dúvidas dos presentes, debatendo com eles os assuntos discutidos na conferência. |
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