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O Papa Buono, em tempos sombrios
Célia Fonseca · quarta, 26 de mar?o de 2014 · @@y8Xxv Todos os homens com feitos grandiosos merecem ser recordados para que outros sigam o seu exemplo. A segunda sessão das Conferências Quaresmais homenageou o Papa João XXIII juntamente com a abordagem à Dignitatis Humanae. |
O padre Henrique Manuel Rodrigues dos Santos e professor José Rosa |
21993 visitas Nas comemorações dos 50 anos do Concílio Vaticano II, não poderia ficar esquecida uma das personalidades mais importantes que lhe deu origem. O Papa João XXIII, mais conhecido por “Papa Buono”, (Papa “Bom” ou “Bondoso”). Este idealizou e iniciou o Concílio com o objetivo da renovação da igreja Cristã. Obter uma igreja mais descentralizada, ativa, com os olhos postos nas necessidades cristãs e na dignidade humana eram cruciais, não só para a igreja mas para o mundo moderno. O lema de vida de Ângelo Roncalli, nome de batismo do Papa, “era a obediência e a paz, tinha Jesus no seu modelo de vida” explicou José Rosa, professor da UBI, durante a conferência que decorreu no passado dia 20 de março. Foi com este Papa que "a igreja conheceu um processo de viragem a nível de modernização e de pensar nos problemas do mundo contemporâneo”, defendeu. Enquanto Bispo, Cardeal, e mesmo enquanto Papa, passou por momentos complicados como a Segunda Guerra Mundial, enfrentou uma igreja muito centrada nas posições pastorais e litúrgicas, “uma igreja desfasada do mundo e das pessoas” realçou José Rosa. Em tempos tão complicados tornou-se “um homem luminoso”. Juntamente com o Concílio Vaticano II foi aprovada a declaração Dignitatis Humanae que versa sobre a liberdade religiosa. Este é um documento que valoriza a dignidade da pessoa humana, ligando-a à liberdade religiosa. Cada sujeito tem o direito de professar a religião que bem entender, “no fundo o que interessa é aquilo que a consciência pessoal e moral ditam”. Henrique Manuel Rodrigues dos Santos, Capelão da UBI referiu que estamos perante uma “igreja santa e pecadora”, “porque nela habita o Espírito Santo e os homens”. O Papa João XXIII conseguiu não só o Concílio, mas pequenos feitos que são de igual forma louváveis explicou José Rosa. É caracterizado como um Homem “que viveu de espirito e pelo Evangelho. Nunca pediu luxo, dinheiro, ou carros”. Provinha de famílias humildes e continuou a sê-lo. A mensagem que se pode retirar da vida do Papa “Buono” é que devemos “mostrar aos outros o que realmente somos, independentemente dos cargos que ocupamos”. A sua vida de alegria e esperança em tempos conturbados enquanto Papa deu origem a vários livros e textos. “Homens em Tempos Sombrios” de Hannah Arendt, onde aborda várias personalidades da primeira metade do século XX, como ser bom e evitar o mal. A Fundação Raul Wallenberg reconheceu o Papa como “justo entre as nações”. José Rosa considera mesmo que se encontram várias semelhanças entre este e o atual Papa. |
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