A investigação desenvolvida nas universidades da Beira Interior, Aveiro e Coimbra servem de ponto de partida para o trabalho que vai ser desenvolvido ao longo dos próximos meses no CEBT Ibérico - Competências Empreendedoras de Base Tecnológica. O projeto onde vão participar 105 pessoas pretende analisar se as ideias desenvolvidas nos laboratórios das instituições de ensino superior podem dar origem a novos produtos ou empresas, num claro esforço de incentivo ao empreendedorismo.

O CEBT consiste na divulgação de empreendedorismo de base tecnológica. No total, são 14 sessões onde os participantes encontraram um conjunto de formadores que irão transmitir o modo como, recorrendo a tecnologias, produtos ou ideias desenvolvidas nas universidades se pode chegar ao mercado.

Cada uma das universidades participantes é sede de várias equipas que vão simular genericamente uma empresa. “A vantagem que há neste tipo de cursos é que quando se criam equipas elas são multidisciplinares. Pessoas mais das áreas tecnológicas com outras de área de gestão, economia ou marketing. Em conjunto, isto pode gerar sinergias que permitem mais facilmente trocar ideias e ver como podem utilizar um produto e o alavancarem para o mercado”, explica Mário Raposo, vice-reitor da Universidade da Beira Interior, um dos participantes na sessão de abertura do CEBT, que decorreu segunda-feira, dia 17.

Obter experiência de que está nas empresas

O passo seguinte poderá ser estabelecerem-se como empresas. Para isso, poderão contar com o apoio das estruturas de incubação que existem nas universidades. Como atuar nesse processo também fará parte do programa das sessões do CEBT, desde a forma de recorrer a fundos comunitários e ainda até a contatarem com os chamados “mentores”, “pessoas do mundo empresarial, que vêm transmitir às equipas a sua experiência empresarial no sentido de as ajudar a afinar melhor as ideias”, acrescenta o também elemento da coordenação do projeto.

Ainda que muitos projetos não sejam aproveitados, a participação no CEBT, que vai já na oitava edição, poderá ser um ganho, logo à partida, no entender de Mário Raposo: “Algumas têm sido aproveitadas. Depois, quando acaba o curso perdemos um pouco o contacto com as pessoas, mas se não resultarem em empresas, pelo menos resulta em pessoas mais capacitadas para enfrentar o mundo lá fora”.

Adquirir formação foi precisamente a motivação de João Sardinha, um dos inscritos no CEBT. Aceitou o desafio de conhecidos para se inscrever e, depois de ser um dos selecionados, espera adquirir noções sobre “propriedade intelectual e de todos os seus processos”. “Mas tenho interesse nas novas noções de marketing e entrepreneurship que a mim me agradam bastante. Quero tirar muito proveito dessa parte toda, também”, acrescenta.

18 equipas de trabalho

Na sessão de ontem estiveram responsáveis e mentores do projeto das três universidades e vários dos 105 elementos selecionados para o CEBT que foram depois escalonados em equipas: 51 escolhidos pela UBI, divididos por oito equipas; 30 da Universidade de Aveiro que constituem seis equipas; e 24 da Universidade de Coimbra, que criou quatro grupos.

O CEBT Ibérico, financiado pelo Projeto INESPO II, tem a duração aproximada de 18 semanas (cerca de quase 80 horas), distribuídas por três horas semanais de Sessões de Sensibilização/Workshops e Mentoring, conforme o caso, e duas horas semanais de Coaching. Irão também ser realizadas três sessões conjuntas de apresentação e avaliação do programa CEBT Ibérico. São elas Sessão Inicial, a de ontem, Sessão Intermédia e Sessão Final. Estas sessões serão realizadas nas Instalações das entidades parceiras.

As sessões decorrerão nas três universidades, a partir de dia 25, na Universidade de Aveiro, até 8 de julho.