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O regresso do Moviment.A
Irina Candeias · quarta, 19 de mar?o de 2014 · @@y8Xxv Foi no dia 17 de março, que o Núcleo de Arquitetura da UBI deu início a mais uma semana de conferências internacionais: o III Moviment.A |
Pedro Martins e Manuel Borges numa "conversa entre estudantes" (Foto: Joana Forte) |
21960 visitas O primeiro dia de conferências, que decorreram na Faculdade de Engenharia, contou com vários convidados; mas foi na sessão da tarde que a plateia, ainda que reduzida, se mostrou mais interessada e participativa. Foi com uma “conversa entre estudantes”, como referiu um dos fundadores do gabinete CO-OP Arquitectura&Reabilitação, que Pedro Martins iniciou a sua palestra, salientando o interesse da participação dos estudantes neste tipo de eventos, pois “o mais importante é a partilha de conhecimentos”, explica. Sempre num tom informal, Pedro Martins e Manuel Borges, os dois criadores da empresa, mostraram-se interessados em saber quais as expetativas dos estudantes de arquitetura. Com alguns destes a mostrarem o seu descontentamento sobre o programa e a forma de trabalho de alguns docentes, Pedro Martins incentivou e aconselhou os alunos a fazerem-se ouvir e a mostrarem o seu lado das questões. Para o aluno de último ano de mestrado de arquitetura, Ricardo Teles, hoje em dia “a arquitetura está muito tecnológica e precisamos de professores com uma nova visão, e principalmente discussão”. Por sua vez, Manuel Borges realça a importância de uma universidade onde cada um é livre de fazer as suas próprias escolhas. Uma das grandes dificuldades sentidas por Pedro Martins quando começou a trabalhar foi o contato com as entidades, nomeadamente as câmaras municipais. Assim, sugeriu que seria importante “no quinto ano ter essa componente de interação entre os alunos e as autarquias”. Ao contrário de Pedro Martins, que sempre recusou essa ideia, Manuel Borges iniciou a sua carreira com um estágio de três meses não remunerado, até porque “passados anos sem conseguir um trabalho e desesperado, não tive outra opção senão aceitar”. Contudo a sorte esteve do seu lado, e “passados dois meses estavam a contratar-me”, explica. Para os dois oradores, o importante é avaliar bem a situação e fazer uma escolha coerente. Para o arquiteto Manuel Borges, um ponto a seu favor foi a sua boa preparação em termos tecnológicos, e confessa que “foi um colega de Erasmus que elucidou toda uma geração para a importância de outras formações fora das aulas”, por isso “mesmo que os vossos professores não puxem por vocês, vocês puxam-se uns aos outros”. Para terminar, Pedro Martins, incentiva novamente os estudantes “a fazerem-se ouvir, pois é esse também o vosso papel nesta instituição”. Ao longo da tarde, outros convidados relataram as suas experiências enquanto alunos, e posteriormente enquanto trabalhadores, como é o caso dos arquitetos Bruno Silva e Daniel Trindade, que frequentaram a UBI e fizeram um resumo dos seus percursos académicos. Daniel Trindade salientou a importância da cadeira de Direito no futuro, e criticou a duração desta no plano curricular: “Direito devia ser leccionado no mínimo durante um ano e não num semestre”. Numa visão um pouco diferente, o antigo aluno da UBI, Maciel Barreira, contou como acabou por entrar na área de decoração de interiores: “Sem qualquer experiência, tive que aprender tudo sozinho”. Realçou também a importância da autonomia de cada um, até porque “são vocês que tem que mostrar ao mercado o quanto são diferentes”. Marta Nunes, uma das arquitectas convidadas, deu a conhecer a sua experiência no movimento Arrebita! Porto. Um movimento de reabilitação e restauração de edifícios degradados na zona histórica do Porto, onde o principal conceito era a responsabilidade social. Numa palestra mais curta, o arquiteto Tiago Oliveira, falou acerca das suas vivências pessoais e académicas enquanto arquiteto, e mostrou imagens de alguns dos projetos e trabalhos que realizou. Até ao dia 20 de março irão realizar-se várias conferências, tertúlias e documentários no âmbito do programa “Moviment.A 14”. |
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