A igreja antes e depois do Concílio e as vivências dos cristãos nessa época foram os temas centrais do debate. As grandes mudanças que se deram no catolicismo foram devidas ao II Concílio. “Deu-se uma enorme reviravolta em toda a conceção da igreja”, afirmou o Padre José Sousa, que viveu intensamente todas estas alterações. “Renasce perante as sociedades uma nova igreja que responde aos problemas do mundo globalizado”, explicou.

O mundo sempre atravessou grandes problemas sociais e humanos. O nazismo e o comunismo eram situações consideradas urgentes, que em parte se resolveram com a ajuda do cristianismo. O Padre José Sousa aproveitou para recordar algumas memórias da sua vida dedicada a Deus. O Concílio serviu para “acabar com uma igreja centrada no poder e na hierarquia para passar a ser uma igreja sinodal”. Foi permitido a todos a participação na igreja, há maior responsabilidade e acaba-se com a ideia de uma religião triunfalista que ruma para escatologia cristã. 

A igreja que antes “era um mistério” é desde então “servidora dos pobres que caminha para a salvação”, referiu o cónego com enorme emoção. A igreja Eclesiológica, que trata toda a doutrina desta religião, e a liturgia hierárquica, foram o centro do Concílio Vaticano II.

Foi a 25 de janeiro de 1959 que se anunciou o Concílio, tendo sido convocado oficialmente a 25 de dezembro de 1961. Um ano depois o Papa João XXIII inaugurou-o a 11 de outubro. As decisões tomadas foram expressas em quatro constituições dogmáticas, Dei Verbum, Lumen Gentium, Sacrosanctum Conilium,  e Gaudium et Spes, nove decretos e três declarações.

Esta “nova igreja” é também “centrada nas comunidades, com novos dogmas e novas virtudes” iniciou o cónego Fernando Brito, ao recordar as suas vivências na década de 60. Apesar das mudanças, há elementos que permanecem, a igreja ainda sente o peso da instituição explicou o padre. As alterações cabem a “todos os que se sentem igreja”, defendeu, realçando ainda o papel do Papa Francisco pelos seus “feitos louváveis a que todo o mundo assiste diariamente”.

Ao longo de toda a conferência foi destacado o valor, a nova conceção da igreja, e a perceção das problemáticas: “O concilio é fonte de inspiração e uma graça” realçaram os cónegos.

As Conferências Quaresmais terão ainda mais três sessões nos próximos dias 20 e 27 de março, e 3 de abril.