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Tese de doutoramento analisa jornalismo participativo
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 5 de mar?o de 2014 · @@y8Xxv Catarina Rodrigues defende que apesar das pessoas terem a oportunidade de publicar matérias nos jornais, sai reforçada a importância do jornalista. |
Catarina Rodrigues juntamente com o júri das provas de doutoramento |
21998 visitas A Internet e a facilidade de publicação que actualmente está disponível para um elevado número de pessoas acaba por reforçar o papel do jornalista. Esta é uma das conclusões a que chegou a investigação de Catarina Rodrigues, que defendeu esta tese nas provas de Doutoramento em Ciências da Comunicação na Universidade da Beira Interior (UBI). O trabalho, orientado pelo docente da UBI João Canavilhas e coorientado por Concha Edo, da Universidad Complutense de Madrid, mostra ainda que apesar de algumas experiências, de um modo geral, a noção de jornalismo como acção colaborativa está longe de se realizar. “Existe ainda alguma resistência à ideia de abertura do processo noticioso aos cidadãos”, salienta Catarina Rodrigues, que justifica o reforço da função do profissional com a “quantidade de informação disponível e o número de actores envolvidos”. Isto leva a “uma necessidade crescente de filtragem e organização”. Em si mesma, uma tarefa que sempre fez parte da missão do jornalista. A análise de conteúdo de textos publicados pelos cidadãos nas secções dedicadas à participação em jornais online de Portugal e Espanha deu conta de que os conteúdos observados não se identificam com os procedimentos básicos do jornalismo. “É significativa a ausência de elementos como a disciplina de verificação, a existência de fontes contrastadas e um conjunto de práticas fundamentais para assegurar a credibilidade da informação”, aponta ainda a investigadora.
Profissionais mais escrutinados Apesar da tal resistência dos profissionais ao jornalismo participativo, é no entanto possível identificar “uma maior abertura” pela existência de espaços específicos dedicados à participação dos utilizadores, mesmo que esses conteúdos surjam “bem separados” das matérias produzidas pelas redacções dos jornais. Essa abertura traduz-se ainda na maior discussão que o trabalho dos jornalistas é alvo. “Estão simultaneamente sujeitos a um maior escrutínio”, defende Catarina Rodrigues. Com o título “Jornalismo Participativo – Tecnologia, comunicação e o papel do jornalista”, a tese foi defendida na quinta-feira, dia 27. O júri das provas teve como arguentes Manuel Pinto, professor catedrático da Universidade do Minho, e António Granado, professor auxiliar da Universidade Nova de Lisboa. Do júri fizeram ainda parte Joaquim Paulo Serra e João Carlos Correia, professores associados da UBI, João Canavilhas, professor auxiliar da UBI e Fernando Zamith, professor auxiliar da Universidade do Porto. |
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