O PTNMR – Portuguese Nuclear Magnetic Resonance Network, do qual faz parte o Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear (LRMN) do Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (CICS-UBI), alcançou classificação máxima num concurso da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) que pretendeu listar as melhores infraestruturas de investigação. A análise foi efectuada por um painel internacional composto por 105 avaliadores, no âmbito do Concurso para a criação de um Roteiro Nacional de Infraestruturas de Investigação de Interesse Estratégico.

O processo serviu para criar um conjunto de centros de investigação que “sustentem avanços científicos e tecnológicos e reforcem a capacidade da comunidade de I&D em Portugal, de forma a fomentar a sua participação ativa em projectos europeus e internacionais”, segundo a FCT. Estes centros terão de possuir equipamentos científicos, bases de dados científicas e redes de comunicação dos desenvolvimentos alcançados, entre outros. “Deve ser ainda considerada a capacidade da infraestrutura para prestar serviços às comunidades científicas, educacional, empresarial e industrial”, ainda de acordo com o Concurso, que vai permitir, numa segunda fase, receber financiamento até 2020.

Após conclusão da avaliação do mérito científico e relevância estratégica, a qual contou com a participação de várias instituições nacionais que têm Laboratórios de Ressonância Magnética Nuclear, a estrutura do CICS-UBI obteve a classificação máxima da Categoria 1. Esta nota é atribuída a estruturas que demonstraram um “alto potencial científico” e possuem grande “importância estratégica nacional e regional”.

Importância nacional e internacional

Na Apreciação Global realizada pelo painel internacional da FCT é dito que a Rede dará um “contributo importante para a participação de sucesso na infraestrutura Europeia do Roteiro ESFRI, INSTRUCT, com prestação de diversos serviços à escala internacional”. Em termos nacionais, “apresenta capacidade de inserção e fortalecimento do tecido económico regional e nacional”.

O fato de o laboratório de Ressonância Magnética Nuclear do CICS-UBI integrar a PTNMR implica a disponibilização do equipamento à comunidade científica do sistema de I&D nacional e internacional, promovendo a integração da técnica, a utilização partilhada e a gestão combinada de recursos e infraestruturas. “Mais ainda, tem de apoiar projetos de investigação em várias áreas científicas quer através da prestação de serviços de análise de rotina – à academia e indústria –, quer através da disponibilização de tempo de equipamento e assistência científica e técnica ou ainda através da promoção de trabalhos colaborativos entre os utilizadores da infraestrutura e da promoção e apoio de múltiplas ações de formação”, refere Carla Cruz, docente da UBI, acrescentando que o financiamento no âmbito do projeto da FCT “será para recursos humanos e manutenção dos espectrómetros de RMN para o período de 2015-2019”.

O Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear resultou num significativo investimento da UBI na investigação. Os equipamentos podem ser utilizados em diversas áreas científicas como a medicina, química, farmácia, bioquímica ou física. O laboratório de RMN do CICS-UBI faz investigação científica nas áreas de aplicação da RMN, nomeadamente, elucidação de compostos orgânicos, bioquímica estrutural, desenho de fármacos, metabolómica – análise de metabolitos de amostras como urina, plasma, saliva –, “promovendo o trabalho multidisciplinar e colaborativo e removendo alguns dos maiores obstáculos aos investigadores para a produção de trabalho com potencialidade de produzir resultados de alto impato científico e tecnológico”, ainda segundo a Carla Cruz.

Ainda segundo a docente, no que toca à colaboração com empresas foi iniciada “a aquisição de algumas amostras para uma spinoff” e aguarda-se “a análise dos resultados”.