A Sala de Estudo que ocupa a antiga Livraria Bisturi, na zona da entrada principal da Biblioteca Central da Universidade da Beira interior, está já a funcionar como um Ponto de Troca de Livros. A intenção dos responsáveis da estrutura é criar, na Covilhã, uma prática já com alguma tradição em outras cidades: o leitor deixa um livro num determinado lugar público, podendo levar outro para ler e voltar a deixar noutro ponto de troca, criando uma cadeia de leitura cada vez mais alargada.

A iniciativa está aberta a toda a população. “Gostaria de que a ideia extravasasse a UBI e se estendesse a toda a Cidade: que os covilhanenses saibam que podem ir ao BookCrossing da Biblioteca Central da UBI e trocar aqui um livro por qualquer outro à sua escolha”, segundo José Rosa, docente responsável pelas bibliotecas da Universidade. 

As primeiras obras – mais de uma centena – foram fornecidas pela Biblioteca e os Serviços Gráficos da UBI. No espaço BookCrossing ou Book Exchange pode entrar qualquer obra, seja ela científica, romance, ensaio ou poesia, entre outros. Tudo com o objetivo de promover hábitos de leitura, que José Rosa entende poder ser para alguns uma “batalha já perdida”, mas “não se pode baixar os braços”. “São cada vez mais escassos, mas haverá sempre leitores intensivos”, acrescenta.

A prática de BookCrossing é comum em cidades como Berlim, Nova Iorque ou Londres. Na capital britânica, foram aproveitadas as típicas cabinas telefónicas vermelhas para criar os pontos de troca, recuperando assim 500 destas peças de mobiliário urbano. Aeroportos, estações de Metro e jardins são outros locais que podem ser utilizados para esta rede de partilha, que tem um clube mundial na internet.

O Professor Bibliotecário lança o desafio de que todos acarinhem o projeto. “Se não tiver um livro para contribuir para o fundo inicial pode simplesmente deixar um e levar outro”, lembrando José Rosa que o sucesso do Ponto de Troca “também revelará, em parte, a comunidade académica como urbana e de horizontes cosmopolitas”.