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UBI e Efacec desenham sistema de segurança com nota máxima
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 5 de fevereiro de 2014 · @@y8Xxv Nasceu da colaboração entre as duas entidades e já está a ser aplicado no Metro do Porto. O sistema de sinalização alcançou uma das certificações mais altas até ao momento. |
22058 visitas O Efacec anuncia-o como o primeiro sistema de sinalização ferroviária de conceção e fabrico português. Batizado de AEGIS, foi implementado no Metro do Porto e nasceu da colaboração desta empresa com instituições de ensino superior, na qual participou a Universidade da Beira Interior (UBI), ao nível da conceção do software. O sistema foi certificado como um dos mais seguros do mundo e assume-se como exemplo do sucesso que pode resultar das colaborações entre a indústria e o mundo académico. O troço do Ramal do Aeroporto tem 1,6 quilómetros de via dupla e três estações. As composições que ali passam são coordenadas pelo AEGIS, que recebeu a classificação de SIL – do inglês Safety Integrity Level (SIL) – 4, a mais alta certificação em termos de segurança. O sistema resultou de uma parceira da Efacec com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), que colaborou no hardware, e da UBI, à qual coube apoiar no desenho e teste do software. O processo começa quando a Efacec contacta a UBI para formar uma equipa para “fazer software inovador” e a Universidade colabora com o trabalho de Simão Sousa e dois alunos para ajudarem na conceção do sistema. O objetivo passava por respeitar as normas europeias de segurança ferroviária que, de acordo com Simão Sousa, são das mais elevadas e exigem cada vez mais avaliações rigorosas. “Na ferrovia as regras são mais apertadas que na aeronáutica. Um avião pode mudar de rota. O comboio não. Ou vai para a frente ou para trás”, explica o docente da UBI envolvido no projeto, que reforça: “O ferroviário é uma das áreas tecnicamente mais difíceis”. O docente do Departamento de Informática usou modelos matemáticos para certificar o software. Estes testes “garantem que, dito de forma clássica, não vai crachar”. Isto significa, segundo Simão Sousa, “que todos os perigos e ameaças que as normas exigem que sejam tratadas, foram verificadas. Temos provas matemáticas que de facto há respostas para as diversas situações”. Respostas essas que foram auditadas e certificadas por uma entidade independente que acabou por lhe dar a nota máxima. “Motivo de satisfação para nós e para a Efacec e a prova de que usando métodos que não são fáceis, tecnologicamente avançados, se consegue mesmo assim chegar a uma qualidade comprovada por um organismo internacional”, acrescenta o investigador do RELEASE. A interação entre a indústria e o ensino superior, ligação cada vez mais incentivada, teve neste particular um ganho mútuo. “Tenho um certo apreço por este tipo de colaboração”, explica Simão Sousa. “Houve uma real interação frutífera entre a indústria e a academia. Aplicamos os nossos métodos a um caso prático e a empresa tem o know how para agora replicar o sistema”, conclui, sintetizando esta cooperação com o lema do RELEASE: “Não há nada mais prático do que uma boa teoria”. |
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