Durante os dias de festa, que vão da noite de Consoada até ao dia de Reis, celebra-se em Bragança o início de um novo ciclo agrícola que assinala a passagem dos rapazes à vida adulta. Esta festa, em honra de São Estêvão e insere-se no âmbito das festas de Inverno por estar relacionada com as épocas do ano, com as estações e com os fenómenos meteorológicos, sendo realizada nas aldeias de Grijó de Parada, Parada, Serapicos, Agrochão, Babe, Rio d’Onor e Ousilhão, Varge. 

Trata-se de uma festa religiosa que envolve cerimónias de carácter cristão e cerimónias mais profanas. A festa é fundamentalmente composta pela morte de uma vitela pelas mãos dos rapazes solteiros. Posteriormente, a vitela servirá de refeição coletiva. Esses rapazes, juntamente com um gaiteiro, saem mais cedo da Missa do Galo e envergam as suas máscaras e respetivos trajes de forma a concentrarem as pessoas no centro da localidade para se dar início ao colóquio. Esta celebração no centro da aldeia consiste na subida dos jovens um a um, a um carro de bois para em tom sarcástico e burlesco falarem dos acontecimentos do ano. No final do colóquio os jovens mascarados fazem uma visita a todos os moradores e estes fazem-lhe ofertas. A noite acaba com o baile.

No dia seguinte realiza-se uma missa, seguida do almoço coletivo onde se come a vitela morta no dia anterior. O almoço termina com o leilão das ofertas conseguidas na noite anterior e com a transferência dos poderes do velho rei para o novo.