Englobando todos os sectores educativos, o “Erasmus+” é o novo programa da União Europeia para o período de 2014-2020. Com o principal objetivo de remover as barreiras existentes e reforçar o desenvolvimento pessoal e as perspetivas de emprego dos europeus, o projeto vem causar uma profunda mudança de paradigma atual.
O programa de mobilidade substitui todos os anteriores nomeadamente, os programas “Aprendizagem ao Longo da Vida”, para o ensino superior, “Leonardo da Vinci”, direcionado ao ensino profissional, “Comenius” direcionado ao ensino básico e secundário, “Grundtvig”, que apostava na formação e educação de adultos, e cinco programas de cooperação internacional: Erasmus Mundus, Tempus, Alfa, Edulink e o programa de Cooperação com os países industrializados. O “Erasmus+” conta com uma grande novidade pois irá também providenciar o apoio da UE ao desporto, especialmente ao nível do desporto não profissional.
As expectativas para o novo programa são as melhores, visto existir um envelope financeiro muito favorável com a promessa de que partir de 2015 haverá um aumento de 40 por cento no financiamento assegurado pela EU. Durante a sessão de formação foi também apresentado o novo logotipo do projeto.
António Nunes, coordenador dos programas Leonardo e Grundtvig até agora, defende que o projeto Erasmus+ expõe “a evolução daquilo que foi até hoje um programa de aprendizagem ao longo da vida. Para alargar o público-alvo, a alteração do programa parte da necessidade de responder aos desafios dos novos empregos. É necessário criar mecanismos que favoreçam empregabilidade”. O Erasmus+ visa criar oportunidades aos alunos para melhorarem as suas competências, promovendo a adaptabilidade e o contacto com novas realidades culturais.
Manuel Fernandes, integrante na equipa Comenius do programa PROALV, explicou que para se criar a internacionalização de espaços educativos e uma cooperação europeia sustentada é necessário ter impacto nos projetos. “Espero que as instituições sejam capazes de se adaptar às exigências do novo programa, o trabalho em parceria é por si só um trabalho que oferece aos territórios um impacto muito maior. Há sempre muito para aprender, é importante enviarmos para os outros países um conjunto de competências só nossas”, referiu.
Cláudia Sofia Beato, coordenadora de mobilidade do departamento de Engenharia Civil e Arquitetura da UBI, diz que “só quando se conhecer a parte prática do projeto será possível perspetivar resultados ou fazer qualquer tipo de crítica, por enquanto ainda é muito cedo”. Receosa que a mudança implique a redução de verbas, a docente lamenta que talvez a adesão dos alunos diminua: “não se prevê que a conjuntura económica aumente em termos de disponibilidade financeira por parte das famílias. A mobilidade para países estrangeiros implica um com custo de vida bastante alto, vai ser complicado”.
Para a aluna Catarina Domingues, que terminará o seu ciclo de estudos na Polónia já no próximo semestre, o programa Erasmus é oportunidade ideal para enriquecer o percurso académico, conhecer novas culturas e ter contacto com novas experiências. Ansiando por terminar a licenciatura com melhores notas, manifestou a sua preocupação relativamente ao processo de aceitação e reconhecimento de estudos: “apesar de fácil a candidatura ainda há muitos assuntos que não foram resolvidos. Talvez este novo programa venha complicar o processo, e muitos estudantes cheguem a desistir de fazer Erasmus”, mencionou a estudante.