O Conselho Geral da Universidade da Beira Interior (UBI) propôs ao reitor da instituição que seja aberto o diálogo com as instituições da região, onde existem dois institutos politécnicos (Guarda e Castelo Branco), no sentido de ser trabalhada a reorganização da rede de ensino superior. A sugestão faz parte do documento elaborado por um grupo de trabalho constituído no seio deste órgão, que reuniu na última sexta-feira. Caberá, agora, a António Fidalgo decidir sobre a matéria, tendo a proposta sido também remetida ao secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes.

O documento passa em revista os propósitos da fundação da UBI – que pressupunha uma ligação forte entre os três principais pólos urbanos da Beira Interior – e salienta o atual contexto da instituição, considerada como tendo alcançado prestígio e um estatuto de pólo de desenvolvimento da região e não apenas da Covilhã, onde está sedeada.

De acordo com o presidente do Conselho Geral, Paquete de Oliveira, a UBI “assume-se como uma unidade universitária agregadora dos concelhos mais próximos: Fundão, Castelo Branco e Guarda, sem esquecer que duas destas cidades têm ensino politécnico”.

O responsável salienta que “estão em causa dois subsistemas, o universitário e o politécnico” e que o importante é que “as entidades dialoguem”. “A UBI tem um posicionamento no panorama universitário de utilidade para as zonas interiores. Esta análise não deve ser quantitativa, em termos de número de alunos, mas política: que papel tem de desempenhar na região”, sublinha Paquete de Oliveira.

Ainda na sexta-feira, com a presença da maioria dos membros do Conselho Geral (22 de um total de 29), foi aprovado por unanimidade o Plano de Ação 2014-2018 apresentado por António Fidalgo. A proposta do reitor da UBI, para Paquete de Oliveira, foi interpretada como “muito bem feita” e retoma ideias presentes aquando da candidatura a reitor.

“Tem como pontos fortes a preocupação de chamar a comunidade universitária para a vivência da UBI, ao nível de professores, alunos e funcionários, aumentando a utilização das instalações. Pretende ainda reorganizar os serviços internos da instituição”, elenca o presidente do Conselho Geral. No que toca à ligação com a comunidade fora da Universidade, o mesmo responsável destaca o aprofundamento das relações exteriores, sobretudo no programa Erasmus, e, localmente, o estímulo da ligação à cidade da Covilhã e região, através do estabelecimento de uma relação privilegiada com as autoridades e empresas locais”.

JOSÉ SÓCRATES VAI INTEGRAR CONSELHO GERAL

Na mesma reunião do Conselho Geral foi proposto o nome de José Sócrates para integrar este órgão. O antigo primeiro-ministro tem fortes ligações à Covilhã, onde residiu e trabalhou, e aceitou o convite dirigido por António Fidalgo para substituir José Fernandes, da Microsoft Portugal, que deverá abraçar um novo desafio no estrangeiro. O ex-líder do Partido Socialista deverá tomar posse na próxima reunião do Conselho, segundo o seu presidente.

José Sócrates passa integrar lista de elementos externos do órgão da UBI, juntamente com António Lourenço Marques, Fernando Paulouro, Henrique Monteiro, Joaquim Sousa Lima, José Manuel de Almeida e Maria Ferro Tavares.